Páginas

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Ciro: Brasil não terá paz enquanto Lula estiver preso

Catarina Alencato – O Globo
Em um breve discurso, de menos de oito minutos a representantes das centrais sindicais, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse que o Brasil nunca terá paz enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estiver preso e voltou a criticar promotores e “juízes que fazem política”. Ele chamou de “aberração” as idas e vindas do Judiciário em torno da soltura do petista. A sinalização à esquerda foi feita para plateia historicamente ligada ao PT, e no mesmo dia em que viu se esvair a possibilidade de fechar uma aliança com o bloco do centrão.
— O Brasil nunca será um país em paz enquanto o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva não restaurar a sua liberdade — disse.
Ciro criticou o embate de decisões sobre a soltura ou não de Lula, entre desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal, ocorrido no dia 8 de julho.
— (Todo dia tem) procurador fazendo crítica, juiz fazendo política, invadindo as atribuições uns aos outros dos poderes. Aquele domingo foi uma das coisas que eu mais assustado assisti como um velho professor de direito. Como è que pode tanta aberração lidando com coisas graves como a liberdade do maior líder popular do país ou o próprio direito, regra de convivência que substitui a lei do mais forte, a prepotência da violência e o caos — discursou.
Antes dele, o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Ismael Cesar da Costa fez uma fala contundente, classificando Lula como “preso político”.
Ciro encerrou seu breve discurso fazendo uma mea culpa. Reconheceu que comete erros, e tentou justificá-los contando que dorme no máximo quatro horas por noite, e que fala todos os dias quase 10 horas.
— Não sou o dono da verdade, não sou poupado do erro, eu cometo erros. Eu cometo erros e não me custa nada reconhecer erros. Mas nenhum deles foi por deserção do que me trouxe à vida pública de volta, que é compromisso e o amor a essa terra e esse povo — confessou.
O evento aconteceu num pequeno auditório na sede do PDT em Brasília, que não lotou. Em seguida, Ciro partiu para uma reunião com mulheres do PDT. Ao pedir a palavra, prometeu dar metade dos ministérios às mulheres, caso seja eleito.
— Preparem-se para além de sugerir, virem fazer no meu governo — disse, sob fortes aplausos.
Ciro chegou ao PDT pelos fundos, evitando a imprensa e sentou-se à mesa com o semblante tenso. Para amanhã, quando será oficializado candidato do PDT na convenção nacional, ele preparou um discurso em que explicará seus “12 passos para mudar o país”. Segundo Cid Gomes, irmão de Ciro e um dos coordenadores da campanha, o principal objetivo é “traduzir para a linguagem popular” tudo aquilo que o presidenciável já vem dizendo a plateias mais especializadas sobre o seu projeto nacional de desenvolvimento.
— Falar de ajuste fiscal é uma coisa árida. O povo quer ouvir falar é de saúde, de educação, de segurança. Será um discurso lido e a mensagem vai ser de que ele vai fechar compromissos populares. Ele vai falar de universalização da pré-escola, de ampliar o ensino profissionalizante_ contou Cid ao GLOBO.
Os doze temas de seu programa de governo que serão apresentados amanhã são: segurança; saúde; educação; combate à corrupção; políticas afirmativas para mulheres, negros e LGBT; ciência, tecnologia e inovação; cultura; soberania nacional; emprego; economia e meio ambiente; infraestrutura e programas sociais. O pedetista montou o programa com a ajuda do professor Nelson Marcone, da Fundação Getúlio Vargas e do economista Mauro Benevides Filho.

Vampiros no banco de sangue

O diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Rodrigo Aguiar, não pode ser acusado de esconder o jogo. Em entrevista ao GLOBO, ele defendeu a cobrança extra aos pacientes e informou que a agência “não é um órgão de defesa do consumidor”. Quem ousaria pensar o contrário?

A fala não revela apenas desprezo pelos clientes, que já penavam para pagar as mensalidades antes da nova regra. Também escancara a captura das agências reguladoras por grandes grupos econômicos. No caso da ANS, quem dá as ordens são os planos de saúde.
A autarquia não é o Procon, mas foi criada para fiscalizar as empresas e impedir que o mercado atropele os consumidores. Não se trata de uma opinião. Basta ler a lei que criou a agência, no governo FH.
O texto afirma que a finalidade institucional do órgão é “promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde”. Entre suas principais atribuições, fixa a de “articular-se com os órgãos de defesa do consumidor visando à eficácia da proteção e à defesa do consumidor de serviços privados”.
Na segunda-feira, a ministra Cármen Lúcia suspendeu a resolução da ANS que permitiu a cobrança extra de até 40% sobre consultas e exames. Na decisão, ela anotou: “Saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro”.
O diretor da agência não entendeu ou não quis entender o recado. Na entrevista a Luciana Casemiro, ele desdenhou de quem questiona a submissão da ANS aos planos. Reduziu as críticas a “fala repetida” e “retórica de falar mal das agências”.
O lobby da saúde sempre foi influente em Brasília. A novidade é que a turma perdeu o pudor e passou a operar às claras. O presidente Michel Temer entregou o ministério a Ricardo Barros, um deputado do PP que teve a campanha patrocinada pelo setor. Ele avisou logo que não fiscalizaria a qualidade dos planos. “Ninguém é obrigado a contratar”, justificou.
A ANS é feudo do MDB. O relatório que avalizou a indicação de Rodrigo Aguiar foi assinado pelo senador Valdir Raupp, réu na Lava-Jato. Um observador do que ocorre na agência diz que seria impreciso falar em raposas cuidando do galinheiro. Neste caso, ele prefere a imagem de vampiros no banco de sangue.

Acordo: Alckmin e o centrão marcham para super-poder














Se vingar, acordo com Alckmin pode dar ao centrão um poder de tutela inédito
Daniela Lima – Folha de S.Paulo;Painel)
Se confirmado, o acordo do bloco capitaneado por DEM e PP com Geraldo Alckmin (PSDB) abre brecha para o centrão exercer poder de tutela inédito na história recente sobre um mandatário do país. A manutenção do comando da Câmara nas mãos desse grupo está afiançada desde o início das negociações. Mas, no desenho atual, o consórcio indicaria também o vice do tucano e teria número suficiente para eleger o novo presidente do Senado. Aposta-se que caberá ao PP apontar o nome.
A união dos partidos que compõem o centrão foi forjada em cima da tese da repartição do poder. Somados, eles praticamente garantem a recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara e, a números de hoje, chegam a 32 senadores. “Ninguém terá isso”, reconheceu um tucano.
PT e MDB se alternaram no comando das duas casas Legislativas de 2003 a 2016. Na Câmara, só houve duas exceções: Aldo Rebelo, à época no PC do B, chefiou a Casa de 2005 a 2007. Foi sucedido por Severino Cavalcanti (PE) que, no PP, segurou-se pouquíssimo tempo no cargo.
Fim de uma era? O MDB controla o Senado desde 2001. Só houve um intervalo, em 2007, quando Tião Viana (PT-AC) assumiu a Casa após renúncia de Renan Calheiros (MDB-AL).

Padrinho mágico: o nome dele é Valdemar


O aceno de Valdemar Costa Neto, o comandante do PR, a Alckmin foi fundamental para mudar o rumo do centrão. Como mostrou o Painel nesta quinta (19), ele mudou a correlação de forças no grupo ao dizer que preferia apoiar o tucano a Ciro Gomes (PDT).

Políticos que torciam o nariz para uma aliança com Ciro no PSDB e no DEM capricharam nas ironias após a guinada do centrão. Arthur Maia (DEM-BA) brincou: “Ciro me lembra aquele piloto de Fórmula 1 dos anos 1990, o Nigel Mansell. Largava sempre bem, mas invariavelmente rodava”.
No MDB, que deve lançar Henrique Meirelles ao Planalto, há quem recorra a 1989 para dizer que propaganda na TV–o que Alckmin terá de sobra com o centrão– não elege ninguém. Na ocasião, Ulysses Guimarães tinha larga vantagem nesse quesito, mas venceu Fernando Collor.  (Folha Painel)

Aécio: tapar buraco?


O senador Aécio Neves (PSDB) passou parte desta quinta (19) reunido com cerca de 50 prefeitos que o apoiam em Minas para debater seu futuro político. O grupo está dividido.

Há uma ala que prega que ele dispute a reeleição para livrar o aliado Antonio Anastasia, candidato tucano ao governo, do embate com Dilma Rousseff (PT), chamando “pancadaria da campanha” para si.
Outra ala vê a eleição para a Câmara como o caminho mais fácil.
Aécio disse que bateria o martelo após falar com Anastasia neste fim de semana. (Folha Painel)

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Lula segue líder e passa até o “querido Moro” na Ipsos-Estadão.



FERNANDO BRITO, no blog Tijolaço

Nunca antes na história da Lava Jato o prestígio público de seu “super-herói”, Sérgio Moro, esteve tão baixo.

Segunto a pesquisa “Barômetro Político”, realizada pelo Ipsos para o Estadão, o juiz, que chegou a ter índices de aprovação de 69% em maio do ano passado – quando só tinha 22% de reprovação, baixou para meros 37% de apoio e 55% de rejeição.

Já aquele a quem Moro jurou de morte, Lula, continua sendo o candidato com maior taxa de aprovação (45%) e o de menor índice de rejeição entre os principais nomes na disputa presidencial.

Não coube, no gráfico a Marina Silva, mas registro: 63%, estatísticamente igual a Ciro Gomes (65%) e a Jair Bolsonaro (64%) e um pouco menos que Geraldo Alckmin (70%), a quem só Michel Temer conforta, com seus estratosféricos 93% de reprovação.

A força da verdade é como a lava dos vulcões: pode ficar represada sob a crosta de mentiras e propaganda que os donos da mídia fazem, mas acaba por brotar e olhe lá se não numa violenta erupção, que os sismógrafos das pesquisas mostram estar se armando.

Espero que não se acuse a Ipsos, uma multinacional francesa e o nosso geriátrico Estadão de estarem em alguma aventura bolivariana de lulopetismo estatístico.

Aliás, nem destaque deu para a caríssima pesquisa – R$ 183 mil – nas páginas do jornal paulista.

Meteram os pés pelas mãos e estão colhendo os frutos da manipulação que fizeram, os aprendizes de feiticeiro do golpe judicial.

Agências desreguladoras: raposas no galinheiro

Helena Chagas – Blog Os Divergentes
Ao suspender a regra que autorizava as operadoras de planos de saúde a cobrarem de clientes até 40% do valor de procedimentos e exames, a presidente do STF, Cármen Lúcia, deu um belo puxão de orelhas na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), coincidentemente a poucas horas de assumir, ela mesma, a presidência da República. “Saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro”, escreveu ela no despacho em que tornou sem vavalidades resolução da ANS. 

É uma pena que, no pouco tempo que passou no Planalto, Cármen Lúcia não tenha tido a chance de mexer nos maus hábitos que tomaram conta da operação das agências reguladoras. Vamos torcer – e votar, que é o que está ao nosso alcance – para que o sujeito que subir a rampa no dia 1 de janeiro tenha o bom senso de tomar essa providência.
Porque esse sujeito vai ter muito o que fazer. Só para ficar na história recentíssima, vai ter que dar satisfações a milhões de passageiros engambelados pela conversa da ANAC de que as passagens aéreas ficariam mais baratas depois que as bagagens passassem, por resolução da agência, a serem cobradas. Uma balela.
Da mesma forma, a confusão criada pelas transportadoras de carga do país, com o apoio da ANTT, em torno do tabelamento do preço dos fretes vai sobrar para ser resolvida pelo próximo presidente da República. 
E vamos parar por aí porque cada cidadão brasileiro terá seu exemplo a apontar. Qual é o problema das agências? Nos últimos tempos, parecem estar sempre do lado errado.
Diferentemente do que disse, em entrevista ao Globo, o diretor da ANS, Rodrigo Aguiar – “não somos um órgão de defesa do consumidor” – reafirmando teimosamente que vai manter a regra dos 40%, as agências são órgãos governamentais. Como tal, e como todos os outros sustentados com recursos públicos, têm a obrigação precípua de trabalhar pelo bem geral. Em outras palavras, para o cidadão, seja ele chamado consumidor, contribuinte ou qualquer outra coisa.
Criadas a partir da desestatização nos governos de Fernando Henrique Cardoso, as agências são, em tese, órgãos destinados a equilibrar o mercado.  Passaram a existir para atuar nos setores em que a iniciativa privada passou a ter maior espaço de atuação, como por exemplo o de óleo e gás, depois do fim do monopólio da Petrobras. São autarquias que tem os nomes de seus diretores aprovados pelo Senado.  
Não é preciso ser gênio para saber que o elo mais vulnerável da corrente é o consumidor, o usuário dos serviços, que estão sempre levando a pior. 
Isso porque, como toda a boa ideia que pode dar errado, as agências foram se distanciando do propósito inicial e acabaram “capturadas” – palavra curiosa, mas bem adequada –  por setores que deveriam fiscalizar. Tornaram-se objeto de barganhas políticas escancaradas. O rigor inicial em suas nomeações foi se afrouxando na parceria entre Executivo e Legislativo. Hoje, com raras exceções, são cabides de indicações.
No governo Temer, então, tornaram-se galinheiros guardados por raposas, seguindo a moda dos órgãos públicos chefiados por interessados no assunto. O Ministério da Saúde, por exemplo, há dois anos é feudo do PP. Seu atual ocupante, Gilberto Occhi, não é médico e saiu da Caixa Econômica Federal sob acusações. 
Lamentavelmente, não chega a ser surpresa que a ANS venha baixando resoluções favoráveis às operadoras de planos de saúde e contrárias ao interesse de quem precisa de assistência. Pensando bem, não espanta nem que o sarampo tenha voltado e a mortalidade infantil aumentado. Triste demais

Governador tem de aceitar Marília: PSB entre PT e Ciro

Coluna do Estadão – Andreza Matais
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), foi aconselhado a desistir de tentar convencer o PT a retirar a candidatura de Marília Arraes, sua principal opositora no Estado, em troca da neutralidade do seu partido na eleição presidencial.

O PT só aceita retirar o nome de Marília mediante coligação nacional das duas legendas na eleição presidencial. Tese já rejeitada pelos pessebistas. “Tá faltando Lexotan em Pernambuco”, provoca Silvio Costa (Avante), que disputa o Senado na chapa da petista.
A direção do PSB se reúne no próximo dia 30 para definir a posição do partido na eleição presidencial. Vai para a convenção nacional, dia 5 de agosto, com a decisão tomada.
O secretário-geral, Renato Casagrande, diz que a tendência é aprovar o apoio a Ciro Gomes (PDT)

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Bolsonaro é candidato com maior rejeição em PE


O índice de rejeição entre todos os pré-candidatos testados na pesquisa mostra que Bolsonaro, embora pré-candidato que desponte entre os primeiros colocados hoje em qualquer simulação, é campeão em rejeição no estado.

O levantamento aponta que 55% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum nele. Em segundo lugar aparece Collor, com 42%, seguido de Alckmin com 36%.
Lula aparece em último lugar, com o menor índice de rejeição dentre todos os nomes testados: 12%. Fernando Haddad, nome que o substitui nas simulações feitas na pesquisa, é o nome com segunda menor rejeição dentre os testados, com 25%. Ou seja, a rejeição de Lula é menor que a metade do possível candidato que mais se aproxima dele nessa questão.

Bolsonaro e Lula seguem na frente em SP

Bolsonaro e Lula permaneceram empatados, agora com 21,1% e 21%, respectivamente, e Alckmin, passou de 16,7% para 16,4%O deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato pelo PSL, mantém a liderança na corrida presidencial em São Paulo sem a participação de Lula. Segundo a sondagem mais recente da Paraná Pesquisas, divulgada hoje, não houve grandes alterações nos índices dos pré-candidatos em relação ao levantamento de junho.
No cenário sem Lula, Bolsonaro subiu 0,9 ponto percentual nas intenções de voto no Estado, de 21,4% para 22,3%, e Geraldo Alckmin, o segundo colocado, passou de 18,4% para 19%. Marina caiu de 11,7% para 10,4%; Ciro, de 8,3% para 8,1%, e Fernando Haddad, de 5,1% para 4%. Alvaro Dias subiu de 3.9% para 4,5% das preferências. . A pesquisa ouviu 2 mil eleitores, de 12 a 17 de julho, em 84 municípios paulistas.
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE sob o n.º BR-08361/2018

DEM indeciso se Ciro ou Alckmin, diz ACM Neto

Dois pra lá, dois pra cá

Bernardo Mello Franco – O Globo

Às vésperas das convenções partidárias, o DEM não sabe se apoiará Geraldo Alckmin (PSDB) ou Ciro Gomes (PDT) na corrida presidencial.
— Eu diria que as chances de irmos para o Ciro e o Geraldo são equivalentes — diz o presidente do partido, ACM Neto.
As únicas semelhanças entre os candidatos são a calva e o fato de os dois terem nascido em Pindamonhangaba, no interior paulista.
Alckmin defendeu o impeachment e reza pela cartilha do mercado. Ciro denunciou o "golpe" e promete revogar as reformas econômicas do governo Temer.
Para o DEM, a corrida ao Planalto é apenas uma moeda de troca. O que o partido quer mesmo é garantir a reeleição de Rodrigo Maia como presidente da Câmara, em 2019.

Bolsonaro: a falha em teste político

Com aliança em risco, Bolsonaro encolhe e falha em teste político













Candidato desiste de conversas com PR, mas terá que explicar flerte com Valdemar

Bruno Boghossian – Folha de S.Paulo
A negociação frustrada de Jair Bolsonaro (PSL) com o PR de Valdemar Costa Neto encolhe a campanha do capitão reformado. O presidenciável dava como certa a formalização da aliança, que emprestaria uma máquina partidária de peso a sua candidatura. As dificuldades de articulação, porém, devem obrigá-lo a se recolher às próprias fileiras.
Além de perder os 45 segundos que o PR agregaria aos 8 do seu diminuto PSL, Bolsonaro precisará explicar a contradição de ter cortejado Valdemar até os acréscimos do segundo tempo. Como vai sustentar seu discurso raivoso contra a velha política se esteve prestes a abraçar um condenado por corrupção?
O revés ainda força o candidato a abandonar um vice dos sonhos, o senador e cantor evangélico Magno Malta (PR-ES). O capitão reformado recuou à caserna para buscar um novo parceiro, o general da reserva Augusto Heleno Pereira (PRP).
A sigla do novo vice acrescenta apenas quatro segundos a cada programa do deputado na TV e tem poucas candidaturas a governador e deputado, que costumam impulsionar as campanhas presidenciais.
Heleno é respeitado nas Forças Armadas, tanto nos quadros da reserva quanto da ativa. Trata-se, no entanto, de um jogo de soma zero: Bolsonaro reforça sua trincheira militar, mas acentua a imagem de uma candidatura de nicho único. Uma dupla fardada no poder não foi regra nem na ditadura. Três dos cinco presidentes militares tinham vices civis.
Além disso, Heleno é considerado uma caixa de ressonância de Bolsonaro. Ambos são considerados excessivamente francos. Na ativa, o general se insurgiu contra superiores: criticou a política indigenista de Lula e reclamou publicamente do emprego de tropas do Exército para patrulhar as ruas do Rio.
Depois do flerte malsucedido, Bolsonaro ataca a política que o traiu. O candidato sustenta que, se eleito, governará sem barganhas com o Congresso. Precisa ter em mente que estará sujeito aos mesmos personagens que o iludiram desta vez.

Jogada que pode definir o 1º turno em mãos de Valdemar


Daniela Lima – Painel, FSP

O dono do mundo -  A jogada que pode definir o primeiro turno da disputa presidencial está nas mãos de Valdemar Costa Neto, o mandatário do PR. Integrantes do bloco capitaneado por DEM e PP admitem que, se ele aderir a Ciro Gomes (PDT), levará o centrão a reboque, dando ao pedetista fatia expressiva da propaganda na TV. Ironicamente, a única chance de Geraldo Alckmin (PSDB) ter o apoio de parte desse grupo reside no PT. Se a sigla de Lula seduzir Valdemar e rachar a aliança, o tucano ganhará sobrevida.
O PT vai fazer uma última conversa com Valdemar Costa Neto nos próximos dias, mas dirigentes da sigla avisam de antemão que a chance de ceder a cabeça de chapa para Josué Alencar (PR-MG) é quase nula. 
Valdemar havia dito a dirigentes do centrão que os informaria ainda nesta terça (17) sobre o caminho que tende a traçar, mas quem tentou falar com ele até as 18h teve que deixar recado na caixa postal do telefone.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Não verás país nenhum



FERNANDO BRITO no TIJOLAÇO

O estado de perplexidade de setores da classe média que apoiaram o golpe é quase palpável em certos bairros do Rio. Deve acontecer o mesmo em São Paulo, acredito, e as fotos da quilométrica fila de pessoas em busca de emprego, estampadas hoje nas capas do Estadão e da Folha, como foi ontem, neste blog, são, certamente, produto deste sentimento.

Dois anos e pico após a “redenção” do país do comunismo, populismo, bolivarianismo e outras idiotices que repetiam para deslegitimar o resultado das urnas, o que se tem é um quadro em que as esperanças desceram a quase zero e espalhou-se a convicção geral de que tudo ainda vai piorar.

As ruas, velozmente, coalharam-se de viventes embrulhados em cobertores, de pedintes de todo o tipo – ando vendo-os onde jamais estiveram, como nos vagões do Metrô – e o grau de desordem e de violência, malgrado mais e mais polícia e até Exército, só faz aumentar.

Uma velha definição marxista dizia que a revolução não ocorre quando os “de baixo” já não podem sobreviver, mas quando “os de cima” também já não podem viver seus privilégios.

Andamos assim.

O país está sendo desfeito, livrando-se de seu patrimônio em troca de nada e, afinal, para nada que seja relevante. A casta judicial vai se tornando, cada vez mais, uma camada autoritária, vivendo em um mundo diferente do real.

Lê-se hoje que uma juíza mandou negou que se pagasse tratamento psicológico aos pais do menino assassinado pela polícia na Maré, quando regressava, de uniforme, para casa. “Que façam no SUS”, disse ela, ao que bem respondeu o advogado, dizendo que, se era para fazer no SUS, sem urgência, nem precisariam ter ido ao Judiciário.

Não é, todos lembram, a primeira Maria Antonieta togada. Há outras e outros, de tailleur ou gravatas, nos escritórios, nas repartições, no mando.

Querem um mundo que não existe, clean, que não pode existir quando milhões estão jogados à imundície, à desgraça, ao abandono.

Mas eles não podem viver sós, nem apenas sair de casa de helicópteros, carros blindados, brutamontes às costas.

A idéia de chamar um energúmeno para dirigir o país a bala vai perdendo ímpeto onde ainda resta alguma atividade cerebral.

Porque o energúmeno que o dirigiria, na lábia, de acordo com os interesses exclusivos da elite foi o fracasso que foi.

Os economistas e jornalistas dos status quo, que diziam que aquele Brasil que produzia, consumia, trabalhava e sonhava era “inviável” e que o que temos é a conta dos anos de prosperidade que vivemos.

Mas o que conseguiram, nestes dois anos de golpe e poder absoluto é apenas estagnação à beira do penhasco e uma falta de legitimidade como jamais se teve aqui, na qual é preciso encarcerar um candidato para que ele não vença, fácil, a eleição.

Talvez, quase certo, lhes falte a lucidez para entender que já não podem viver como sempre viveram, porque este país tem 210 milhões de almas, não apenas as 40 ou 50 milhões que entram em sua conta de quem “é gente”.

Não existe mais, em escala histórica, um Brasil de exclusão, como não podem existir mais países de castas, sobretudo os gigantescos, como este.

Laerte, hoje, na Folha, resume numa imagem o Brasil que ergue muros.

E quem, de fato, vira prisioneiro.

Humberto participa de ato contra privatização da Chesf

O líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), participou, na manhã de hoje, no Recife, de um ato em defesa da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), que está sendo ameaçada de privatização, juntamente com a Eletrobrás e suas demais subsidiárias, pelo governo Michel Temer. O evento aconteceu em frente à sede da estatal, localizada no bairro do Bongi, Zona Oeste da capital, e contou com a presença de funcionários da empresa, além de deputados estaduais e federais pernambucanos.

Humberto comemorou, em sua fala aos participantes do ato, a vitória da última sexta-feira (13) quando a Justiça Federal suspendeu o leilão de distribuidoras da Eletrobras. "Obtivemos uma vitória parcial, mas muito importante para deter todo esse processo de desmonte e venda do nosso patrimônio público que está sendo entregue a preço de banana por esses golpistas, que têm em Pernambuco um palanque próprio. A Eletrobrás é estratégica para o Brasil, e não permitiremos que Temer a entregue ao capital privado", se comprometeu o parlamentar.
O senador lembrou que tudo começou com o golpe que aconteceu em 2016 contra a presidenta Dilma e que, de lá para cá, vem vendendo o país e acabando com os direitos de todos os brasileiros. "O golpe perpetrado naquele ano contra a democracia iniciou uma série de desmonte dos direitos sociais, além de começar com a privatização do aparelho estatal, entregando as empresas públicas aos entes privados", denunciou.
O líder da Oposição falou que essas privatizações estão acabando com ações públicas importantes para o Brasil. "A venda da Eletrobrás é um dos 75 projetos de desestatização que o governo Temer quer concluir ainda em 2018 para levantar recursos com a finalidade de apoiar seus candidatos nessas eleições. E nós estamos aqui empenhados em barrar todos os passos desse governo nefasto para que o povo brasileiro não seja ainda mais prejudicado com todos os retrocessos que estão acontecendo", afirmou Humberto.

Empate técnico na corrida eleitoral de Pernambuco




Do Diario de Pernambuco
Na segunda pesquisa sobre a corrida eleitoral deste ano em Pernambuco, realizada pela Datamétrica, entre os dias 11 e 12 de julho, observa-se pouca mudança em comparação à primeira, feita entre 8 e 9 de junho. Os três principais candidatos cresceram um pouco e as posições relativas deles permanecem as mesmas, tanto na intenção de voto espontânea como na estimulada. Paulo Câmara (PSB) na liderança, seguido de Marília Arraes (PT) e de Armando Monteiro (PTB). Estatisticamente, entretanto, os três continuam num empate técnico. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

A intenção espontânea de voto apresenta Paulo Câmara com 13% (em junho ele tinha 12%), Marília Arraes com 11% (em junho ela tinha 8%) e Armando Monteiro com 6% (sendo 4% a registrada em junho)
Os demais candidatos obtiveram, cada um, menos de 1% das intenções de voto.
Os indecisos cresceram de 39% para 53%, e aqueles votariam branco ou nulo caíram de 28% para 14%.
Estimulada
A intenção estimulada de voto no cenário, considerando a participação da pré-candidata do PT, repete a ordem dos candidatos da espontânea, sendo todos com índices maiores, como se esperaria das respostas estimuladas. Os números de 25% (Paulo Câmara), 21% (Marília Arraes) e 17% (Armando Monteiro) confirmam a liderança do governador, ainda que estejam todos empatados dentro da margem de erro. Os números da pesquisa anterior foram: 20%, 17% e 14%, respectivamente. Os demais candidatos ficaram entre 0% e 2%. A mudança expressiva foi dos brancos e nulos, que caíram de 35% para 26%, o que é natural à medida que a eleição se avizinha.
O cenário sem a pré-candidata do PT mantém o governador na liderança, com 28%, seguido do pré-candidato do PTB, com 22%. A distância de 6 pontos, entretanto, ainda significa empate técnico. Nessa simulação, os demais candidatos atingem, cada um, no máximo 2%. Votos brancos e nulos seriam de 33% (antes 42%). Indecisos caíram somente 1% (de 10% para 9%).
A migração dos votos de Marília Arraes, quando se retira o nome dela da disputa, sugere uma preferência clara do seu eleitorado por Armando Monteiro. O pré-candidato do PTB recebe 33% dos votos dela, enquanto o governador recebe 13%. Essa vantagem de Armando Monteiro sobre os votos de Marília Arraes se ampliou significativamente desde a pesquisa de junho, quando ele recebia 20% dos votos que seriam dela, enquanto Paulo Câmara recebia os mesmos 13%.
Tendência 
Segundo Analice Amazonas, sócia-diretora da Datamétrica e responsável técnica pela pesquisa, “a pesquisa não permite decifrar o motivo dessa inclinação maior dos eleitores de Marília a Armando, ou a ampliação dessa vantagem do senador entre junho e agora, mas, seguramente, é uma tendência que foge um pouco das expectativas, se considerarmos os campos ideológicos dos três pré-candidatos”.

Para o Senado três nomes despontam


Do Diario de Pernambuco
Os nomes mais fortes hoje na disputa pelo Senado seguem sendo o deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB), o senador Humberto Costa (PT) e o deputado federal Mendonça Filho (DEM). Seja na intenção de voto espontânea, seja na estimulada, esses são os nomes que se destacam entre os concorrentes às duas vagas no Legislativo federal.
Na resposta espontânea de intenção de voto, aparecem Humberto Costa - tenta renovar o mandato no Senado Federal - e Mendonça Filho com 10% e Jarbas Vasconcelos com 9%. Todos os demais ficam entre 0% e 1%.
Na resposta estimulada da pesquisa, os três principais pré-candidatos se reafirmam na liderança. Jarbas Vasconcelos, que já exerceu o mandato de senador anteriormente (entre 2007 e 2014), lidera com 32%, Humberto Costa surge em segundo lugar com 25% e Mendonça Filho vem em terceiro com 24%. José Queiroz (PDT) aparece com 8%, Silvio Costa (Avante) com 5%, Maurício Rands (Pros) com 3% e André Ferreira (PSC), Antônio Souza  (Rede) e Eugênia Lima (PSol) com 2% cada, enquanto Albanise Pires (PSol) obteve 1%.
Os que declararam intenção de anular seu voto ou votar em branco somaram 27% e 10% se declararam indecisos, segundo o levantamento.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Defesa de Lula leva provas a Moro


A defesa do ex-presidente Lula vai entregar a Sergio Moro perícia realizada no sistema MyWebDay, que registrava pagamentos de propina da Odebrecht. O laudo será juntado em sigilo. O documento atesta que o dinheiro da empreiteira atribuído à reforma no sítio de Atibaia teve, na verdade, outro destinatário.

Os peritos contratados pelo petista dizem ter identificado o caminho dos R$ 700 mil que, para a acusação, saíram de contas da empreiteira para bancar reformas na propriedade. A perícia de Lula afirma que o dinheiro não foi usado no sítio.
Gleisi voltou a dizer para dirigentes de legendas que busca atrair ao palanque do PT que o partido pode pregar o boicote às eleições se Lula for impedido de se candidatar.  
(Painel FSP)