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terça-feira, 13 de novembro de 2018

De modo ilegal, Exército força STF contra Lula

Decreto de FHC veda manifestação política de militares
Blog do Kennedy

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, confessou que houve no último mês de abril uma ação coordenada da cúpula das Forças Armadas para pressionar o Supremo Tribunal Federal a manter preso o ex-presidente Lula.
Trata-se de ação ilegal, porque os militares foram proibidos pelo decreto 4.346, assinado no governo Fernando Henrique Cardoso, de se manifestar politicamente _o que inclui toda a cadeia de comando na ativa, inclusive o general. Villas Bôas fez tal confissão em entrevista ao jornalista Igor Gielow, da “Folha de S.Paulo”.
Na entrevista, Villas Bôas disse que atuou “no limite” ao usar o Twitter na véspera do julgamento de recurso de Lula no STF a tempo de ser lido no “Jornal Nacional”, o principal noticiário do país.
Ora, é uma interferência política que revela tutela indevida sobre a vida civil. Trata-se de uma ação que envergonha as instituições civis, sobretudo o Supremo, cujos ministros deveriam se manifestar a respeito.
Para piorar, Villas Bôas critica a Comissão da Verdade, endossando um pensamento que predomina na ativa em defesa de crimes cometidos pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar de 1964.
O comandante do Exército tem a fama de ser o mais democrata das Forças Armadas. Imaginem se não fosse. É um pesadelo a confissão que deixa o Brasil em posição de destaque no campeonato das Repúblicas de Bananas. Nas democracias, militares não agem como Villas Bôas agiu.

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