EUA têm peso geopolítico maior para comprar brigas
Blog de Kennedy
O alinhamento automático de Jair Bolsonaro a posições de Donald Trump na política internacional traz riscos para o Brasil, como causar danos no comércio externo. Os Estados Unidos são a maior máquina econômica e militar do planeta. O Brasil tem peso geopolítico, mas margem de manobra mais estreita para comprar brigas na arena global.
Replicando decisão de Trump e o interesse de Israel, Bolsonaro disse que tende a mudar a Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. A primeira reação concreta veio do Egito, cancelando em cima da hora viagem ao Cairo que seria feita pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira.
Um dos principais países árabes do mundo, o Egito fez algo inusual do ponto de vista diplomático para demonstrar sua contrariedade com uma eventual decisão de Bolsonaro pró-Israel e contrária aos palestinos.
Os países árabes formam um importante mercado importador de produtos brasileiros, sobretudo de proteína animal. Esse mercado foi conquistado com esforço de anos do Itamaraty durante os dois mandatos de Lula. Não é proveitoso para o Brasil criar atritos com esses parceiros comerciais.
Bolsonaro e sua equipe já produziram ruídos nas relações com Argentina, China, Cuba, Venezuela, Brics e, agora, países árabes. É preciso ter mais cálculo na política internacional, falando menos do que se faz nas questões domésticas.
O presidente eleito deveria indicar logo seu futuro ministro das Relações Exteriores, de preferência escolhendo um diplomata de carreira.
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