Ontem, diversos leitores, nos comentários, vieram “esclarecer” que o ex-governador e candidato ao Senado Beto Richa (PSDB) não havia sido preso pela Lava Jato, que teria prendido apenas um de seus ex-secretários. Richa, formalmente, teve a prisão pedida pelo MP local, com seu grupo de combate ao crime organizado.
A todos, respondi o óbvio: alguém acredita na mera coincidência de data e hora nas duas operações “autônomas”?
Hoje, nova “coincidência”. Outro dos raros tucanos em boa situação eleitoral, Reinaldo Azambuja, governador do Mato Grosso do Sul, e candidato à reeleição pelo PSDB, teve, agora cedo sua casa e seu gabinete de governo tomados por policiais, numa operação – ao que se sabe até aqui – de busca e apreensão.
É evidente que sua candidatura não resistirá ao impacto disso.
Será demais entender que todos estes fatos se dão baixo um comando ou, ao menos, uma coordenação?
Ou que, como numa partida de futebol, “Sua Senhoria, o juiz” não esteja, com cartões amarelos para todo lado, preparando a expulsão do “reserva” que,com o craque já suspenso e não podendo jogar, ameaça levar seu time à vitória?
Na Folha, anuncia-se que a corregedoria do Conselho do Ministério Público vai investigar promotores que estariam praticando “atos em atropelo apenas com o objetivo de ganhar os holofotes durante o período eleitoral”.
Ganhar os holofotes ou ganhar o poder?
Parece haver uma espécie de partido informal dos “homens da lei”, uma junção aqueles que o general Mourão chamou de “profissionais da violência” com os que,de mãos limpas, legitimam a imundície autoritária.
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