Esperei até agora para escrever, para ver se algum grande jornal tinha se interessado.
Afinal de contas, era o lançamento da candidatura do homem de 50 milhões de votos, quase anunciado como “presidente moral do Brasil”, numa fazenda de correligionários, entrando 2 km por uma estrada de terra, “em frente ao motel Dallas, na BR-116, depois do Posto Teófilo Otoni”, como informava o convite.
Não achei nada em nenhum grande jornal, apenas uma nota no mineiro O Tempo, onde não é nem mesmo a abertura e nem se dá muita informação, limitando-se a transcrever o que foi distribuído pela campanha do morto-vivo: que ele foi recebido pelo ex-prefeito de Setubinha e dono da fazenda, Téo Barbosa “e ouviu dos prefeitos os problemas hoje enfrentados pelos municípios”.
A foto, também da assessoria, dá ideia da multidão que presenciou a volta triunfal do ex-quase-futuro-presidente do Brasil.
Será que a Folha, o Estadão ou o império Globo não tinham um repórter disponível em Minas para mandar cobrir?
Afinal, nem que seja pelo inusitado, é pauta imperdível.
Imaginem se Dilma começa a sua campanha ao Senado com meia dúzia de gatos pingados?
Quero crer, porém, que tenha sido um ato de piedade e bom-gosto.
No velório, digo, no encontro Aécio disse que a platéia imensa “mostra a força dos vínculos que tenho com esta região e com a sua história.”
Bem menos que com o Leblon.
Afinal, nossa imprensa não gosta de mundo-cão, de retratar cenas de velório e de explorar cadáveres, não é?
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