Páginas

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Governo desiste de taxar ricos e crise continuará sendo paga pelos pobres


247 – A conta da crise continuará a ser paga pelos mais pobres, diz o jornalista Leonardo Sakamoto, em novo artigo.
"Bastou a área econômica assumir que estava estudando a hipótese de sei lá, talvez, quiçá, aumentar o Imposto de Renda sobre profissionais que ganham mais de R$ 20 mil por mês, criando uma nova alíquota de 35%, para que uma enxurrada de críticas do mercado financeiro e do Congresso Nacional surgissem contra essa abominação", afirma.
"A grita foi ainda maior, a bem da verdade, porque também já estava sendo estudado o retorno da taxação de dividendos recebidos de empresas por pessoas físicas, algo em torno de 12 a 15%. O Brasil é um dos únicos países desenvolvidos ou em desenvolvimento em que isso não acontece, fazendo com que as camadas mais altas que vivem de lucros paguem, proporcionalmente, menos impostos que os mais pobres", lembrou.
"Você, trabalhador de classe média ou baixa, caso sinta uma apalpada nas nádegas logo após uma chicotada no lombo, não estranhe. É sua cota de sacrifício pelo desenvolvimento do Brasil. Seguido de um lembrete de que este país tem dono. E, definitivamente, não é você."

Fora de hora


Resultado de imagem para raquel dodge

Berrnardo Mello Franco - Folha de S.Paulo
Raquel Dodge ainda não assumiu a Procuradoria-Geral da República, mas já cometeu o primeiro deslize. É o mínimo que se pode dizer de seu encontro às escondidas com Michel Temer, investigado e denunciado pela Lava Jato.
A subprocuradora chegou ao Palácio do Jaburu depois das 22h de terça-feira. A reunião foi omitida da agenda oficial do presidente. Veio a público na manhã seguinte, no blog da repórter Andréia Sadi no portal G1.
Além de fora da agenda, a conversa aconteceu fora de hora. No mesmo dia, Temer pediu que o procurador Rodrigo Janot seja afastado das investigações que o envolvem. Ao visitá-lo, Dodge desautorizou o chefe e passou a ideia de que concorda com a ofensiva do presidente contra a instituição que passará a comandar.
Procurada para explicar o encontro, a subprocuradora contou uma história da carochinha. Ela disse àFolha que Temer queria combinar detalhes de sua posse, em setembro.
Não faz sentido que o presidente e a futura chefe do Ministério Público Federal se encontrem tarde da noite para discutir esse tipo de assunto. A não ser que os dois estejam de olho no emprego dos cerimonialistas, que são pagos para enviar os convites, contratar o bufê e encomendar os arranjos florais da cerimônia.
Segunda colocada na lista tríplice da Procuradoria, Dodge foi escolhida após receber apoio do ministro Gilmar Mendes, que é desafeto de Janot e já salvou o mandato de Temer no TSE. Sua candidatura também entusiasmou caciques do PMDB, como José Sarney e Renan Calheiros.
A subprocuradora tem currículo para comandar o Ministério Público, mas ainda terá que demonstrar independência de quem a nomeou.
De um procurador-geral, espera-se uma atitude de distanciamento em relação aos políticos. O ocupante do cargo não pode perseguir ninguém, mas não deve manter intimidade com investigados em potencial. Neste caso, não basta a prática. Também é preciso cuidar das aparências.

Ciro: Doria é mau caráter e Bolsonaro detonará PSDB

Ele se apresenta como de centro-esquerda
Em entrevista ao Pânico, Ciro Gomes, também, defende agronegócio e mineração. 
 Do portal Viomundo - Da Redação


“Bolsonaro é personagem que está prestando um bom serviço, porque está destruindo a fraude que o PSDB representa”, disse Ciro Gomes em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.
Ele também acusou Bolsonaro de ter lavado 200 mil reais que recebeu de doação da JBS.
Outras frases da entrevista:
“A esquerda brasileira tradicional não sabe o valor que o agronegócio tem para o mundo real. Quem paga e carrega o país nas costas são o agronegócio e a mineração. Eu represento essa gente”.
“Ovada é uma coisa boba que aconteceu. Não é normal, mas não é normal também jogar água fria em sem-teto, jogar flor que lhe deram na rua, internar violentamente pessoas com dependência química. Mas também não é normal e nem civilizado jogar ovo”.
“Ele [Doria] é um político que não tem nada na cabeça e lê pesquisas com assessoria de marquetagem comercial. O que o marqueteiro está dizendo é que está todo mundo puto com políticos, então ele é o não político. Todo mundo quer alguém que resolva os problemas, então ele é o gestor. Todo mundo está zangado com a esculhambação do PT, então ele é o anti-PT. Isso não resolve nada”.
“É a simplificação com que ele [Bolsonaro] toscamente responde aos questionamentos da sociedade sobre segurança e corrupção. Mas isso não se faz com frases prontas. Por que ele não vai ser prefeito do Rio de Janeiro para entender que não é simples? Porque se ele chega na Presidência com frases como ‘bandido bom é bandido morto’, não dá. É mentira e despreparo. No caso dele é mentira. Moralista de goela. Estou defendendo ele, mas é ridículo isso”.
“A Dilma se deixou imolar porque não é do ramo. Aceitar um impeachment sem fundamento e com esses canalhas julgando é só para quem não é do ramo”.
“Ela [Dilma] vinha fazendo um mau governo. Eu sou aliado e estava dizendo. Esculhambei mil coisas erradas que ela fez. Ela estava mentindo para se reeleger. Mas juridicamente há de se cometer crime de responsabilidade dolosamente. No caso da pedalada não passa na cabeça de ninguém que seja juridicamente. Todos os presidentes fizeram. Aqui em São Paulo se faz todo dia. Não houve base de fato, mas vamos supor que a pedalada fosse em si crime. Não há elemento de dolo”.
“Saímos do PMDB para fundar o glorioso PSDB, só príncipe, tudo gente limpa, eu entro nessa, ajudei a fundar. Aí vem o Fernando Henrique e se agarra com o que há de mais ruim, o que não presta. Sabe quem era ministro dele? O Eliseu Quadrilha”.
Ciro negou que tenha ofendido João Doria com termos homofóbicos.

Ovada tucana têm efeito interno devastador



Aliados do governador Geraldo Alckmin estão tão irritados com João Doria que começaram a criar teorias da conspiração. Espalham que o próprio prefeito de SP teria arquitetado a ovada que recebeu em Salvador.
Doria tem dito que não fará movimento hostil, mas vai seguir com a agenda de viagens. Confirmou presença no Círio de Nazaré, a maior procissão do país, em outubro.
Tucanos ironizaram a inserção do PSDB produzida pela equipe de Tasso Jereissati. Dizem que ela erra não só por atribuir ao partido, que sequer existia, o apoio às “Diretas”, mas porque, nos registros históricos, é o slogan do PMDB o que mais aparece.


Presidente interino da sigla, Tasso foi entusiasta do movimento que pregou a saída do PSDB do governo Michel Temer.  (Painel – Folha de S.Paulo)

Distritão é aprovado por 17 votos a 15 em comissão

Reforma política
Comissão aprova distritão para eleições de 2018 e de 2020. Modelo foi aprovado após votação do texto-base da reforma. Distritão divide estados e municípios em distritos e põe fim ao quociente eleitoral; entenda.
Do Portal G1

Após aprovar o texto-base da reforma política, a comissão da Câmara que discute mudanças no sistema eleitoral aprovou, na madrugada desta quinta-feira (10), por 17 votos a 15, uma emenda que estabelece o "distritão" para as eleições de 2018 e de 2020 na escolha de deputados federais, deputados estaduais e vereadores.
Pelas regras atuais, deputados federais, estaduais e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta. A eleição passa por um cálculo que leva em conta os votos válidos no candidato e no partido, o quociente eleitoral. O modelo permite que os partidos se juntem em coligações. Pelo cálculo do quociente, é definido o número de vagas que cada coligação terá a direito, elegendo-se, portanto, os mais votados das coligações.
No "distritão", cada estado vira um distrito eleitoral e são eleitos os candidatos mais votados, sem levar em conta os votos para o partido ou a coligação. Ou seja, torna-se uma eleição majoritária, como já acontece atualmente na escolha de presidente da República, governador, prefeito e senador.
Pelo parecer do relator, Vicente Cândido (PT-SP), aprovado inicialmente pela comissão nesta quarta (9), não haveria mudança no modelo em 2018 e em 2020.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Juiz pode ser punido por violar direito de advogados


Folha de São Paulo
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou, hoje, um projeto que permite punir criminalmente juízes que violarem as prerrogativas ou os direitos de advogados.
Pelo texto, aprovado por 15 votos favoráveis e nenhum contrário, a pena prevista para o magistrado é de um a quatro anos de prisão.
Se comprovado o ato de violação de direito ou de prerrogativa, o juiz pode perder o cargo e ficar proibido de exercer qualquer outra função pública por até três anos.
A legislação atual prevê apenas a punição administrativa para juízes que desrespeitarem direitos de advogados.
O projeto tem amplo apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e tem gerado desentendimento entre o órgão e entidades de classe da magistratura.
Pelo texto, caberá à OAB solicitar às autoridades a investigação de juízes.
A matéria agora segue para apreciação da Câmara dos Deputados.
LAVA JATO
O projeto é discutido em meio a críticas de advogados sobre a atuação de juízes da Lava Jato.
Um exemplo é o do advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira, que foi grampeado por decisão do juiz Sergio Moro. Na ocasião, a OAB se manifestou em defesa de Teixeira.

Compesa é a melhor companhia do setor de saneamento


A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) foi eleita a melhor empresa do setor de saneamento do país pela edição 2017 do Anuário Época Negócio 360º. A premiação foi entregue ontem ao presidente da Compesa, Roberto Tavares, durante cerimônia realizada em São Paulo, com as presenças do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

A revista revelou as empresas campeãs setoriais e o ranking das 300 melhores companhias brasileiras, agrupadas em 27 setores da economia. Os critérios utilizados para a escolha da Compesa transcenderam o desempenho financeiro da empresa. Foram consideradas também as práticas de Recursos Humanos, a capacidade de inovar, a responsabilidade socioambiental, a visão de futuro e a governança corporativa. O anuário fez uma análise profunda dos dados da companhia referentes ao ano de 2016, assim como o planejamento a longo prazo e as estratégias para 2017.
De acordo com Roberto Tavares, a continuidade da mesma filosofia de gestão adotada no Governo de Pernambuco, nos últimos dez anos, permitiu que fosse criada uma cultura gerencial resiliente, capaz de enfrentar momentos difíceis e as crises econômica, política e hídrica.
“Os riscos e desafios são inerentes à atividade empresarial. A seca extrema no Nordeste, por sete anos consecutivos, afetou nosso faturamento e nos impôs custos mais elevados. Por outro lado, nos ensinou a criar alternativas para enfrentar as adversidades. Tivemos disciplina para seguir nosso planejamento estratégico, fazer o monitoramento sistemático do nosso conjunto de metas, envolvimento de quase 7 mil colaboradores e apoio total do governador Paulo Câmara para manter uma gestão baseada na meritocracia”, explicou o presidente, acrescentando que outras ações contribuíram para a empresa alcançar excelentes resultados: desenvolvimento institucional, mudança da marca, elaboração de novos projetos e a preparação para a companhia crescer com mais intensidade quando o momento voltar a ser favorável.
Nos últimos dez anos, o Governo do Estado, por meio da Compesa, realizou o investimento de mais de R$ 6 bilhões em obras de expansão e melhorias de saneamento em Pernambuco, o maior da história.
Só ano passado, esses investimentos foram de R$ 491 milhões e, em 2017, devem chegar a R$ 800 milhões. “A Compesa tem conseguido crescer e cumprir sua missão de universalizar os serviços de saneamento em Pernambuco. E esse crescimento se deve essencialmente ao novo modelo de gestão adotado, com foco nas pessoas, modernização da operação, aperfeiçoamento do controle de qualidade e planejamento estratégico, ações que permitiram profissionalizar a atuação da companhia no mercado”, informa Roberto Tavares.
Os investimentos mais significativos em saneamento no estado, nos últimos dez anos, foram a construção do Sistema Produtor Pirapama - para atender Recife, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes – e a Adutora do Agreste, a maior obra hídrica estruturadora em andamento no país, que terá, no futuro, mais 1,5 mil quilômetros de tubulações assentadas e atenderá 68 municípios do Agreste.
Para ampliar os serviços de esgotamento sanitário na Região Metropolitana e no município de Goiana, está em execução a maior Parceria Público Privada (PPP) do saneamento no Brasil, com investimentos estimados em R$ 4,5 bilhões, em parceria com o grupo canadense Brookfield. No interior de Pernambuco, 4,7 milhões de pessoas serão beneficiadas com a implantação de sistema de esgotamento sanitário por meio do Programa de Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca e do Projeto de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco, em parceria com bancos internacionais (BID e Banco Mundial).

Após atacar Janot, Temer recebe Dodge fora da agenda

O Globo
A futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encontrou-se na noite desta terça-feira, por volta das 22h, com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República e onde Temer decidiu permanecer, para discutir a posse da subprocuradora, que a partir do dia 18 de setembro sucederá Rodrigo Janot no cargo.
No dia anterior, o advogado de Temer, Antonio Mariz de Oliveira, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o atual procurador-geral, Rodrigo Janot, seja afastado dos inquéritos que investigam o presidente por considerá-lo parcial. Dodge, a segunda mais votada da lista tríplice, não era a candidata de Janot à sua sucessão.
Segundo o Palácio do Planalto o encontro aconteceu a pedido de Dodge, que ligou para Temer pedindo para conversar, e ele, que já estava no Jaburu, a convidou para ir até lá.
“Temer já estava no Jaburu quando recebeu a ligação de Dodge, por isso o encontro não está registrado na agenda oficial”, diz a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
Segundo um assessor de Temer, Dodge queria saber se pode realizar sua posse no Palácio do Planalto. Temer disse que sim, e colocou o cerimonial do Planalto à disposição da subprocuradora.
O encontro durou menos de meia hora e foi protocolar, de acordo com o Planalto. O assunto Lava-Jato não teria sido tratado entre os dois. Ela herdará de Janot o comando dos trabalhos sobre a investigação, que tem Temer como um dos alvos.

Tucanato namora regime que lhe dê poder sem ter voto

BRASILIA, DF, BRASIL, 12-06-2017, 17h00: Reunião da executiva da PSDB para definir sobre o desembarque ou não do governo Temer. O partido está rachado e não deve ter nenhuma definição sobre o assunto na reunião de hoje. O senador José Serra fala com a imprensa ao deixar a reunião. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O tucano José Serra, defensor do parlamentarismo
Elio Gaspari – Folha de S.Paulo
Estranho partido o PSDB, não consegue decidir se fica na base de apoio do governo (seja lá o que for o que isso quer dizer), mas um pedaço do seu cardinalato começou a fazer campanha pelo parlamentarismo ou pela sua versão diet, chamando-o de semipresidencialismo.
À frente da charanga está o senador José Serra, duas vezes derrotado em disputas presidenciais. Michel Temer teria aderido à ideia, mas, como o presidente já aderiu a muitas ideias, resta saber se irá na bola.
O parlamentarismo já foi submetido ao julgamento popular em dois plebiscitos e nunca chegou à marca de 25% dos votos. Nunca será demais repetir que em 1888 a escravidão foi abolida por meio de uma lei ordinária. O plebiscito de 1963 rejeitou um parlamentarismo mambembe, porém vigente. O de 1993 confirmou a opção presidencialista de 1963.
Por trás da proposta parlamentarista está o medo de que Lula (ou seu poste) vença a eleição do ano que vem. Em 1994, quando ele liderava com folga as pesquisas, uma revisão constitucional encurtou o mandato presidencial de cinco para quatro anos. Tremenda falta de sorte, pois quem tomou a tunga foi Fernando Henrique Cardoso.
Uma vez no Planalto, os tucanos poderiam ter batalhado pelo parlamentarismo, mas preferiam lutar pela reeleição. A convicção parlamentarista só aflora na plataforma do PSDB quando eles estão na oposição ou, o que é pior, quando uma de suas facções teme ficar fora do poder municipal, estadual e federal.
No plebiscito de 1993, os brasileiros escolheram entre o presidencialismo, o parlamentarismo e a monarquia. Parece piada, e é, mas se o negócio é trocar de regime para manter Lula (ou seu poste) longe do poder, a melhor opção seria repetir a consulta, com o PSDB defendendo a monarquia. Afinal, mesmo sendo uma "metamorfose ambulante" (nas suas palavras), Lula é capaz de tudo, mas nunca dirá que "seu" Aristides e dona Lindu pertenciam ao ramo de Caruaru da casa de Orléans e Bragança.
O surto parlamentarista de um pedaço do PSDB deriva da percepção de que a conta eleitoral de 2018 lhe custará caro. Na sua última encarnação, a proposta parlamentarista vem disfarçada de "semipresidencialismo", abençoada pelo senador Renan Calheiros e pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Ele trata do assunto quando não está batendo boca com colegas ou com o procurador-geral, Rodrigo Janot. Um juiz do STF associando-se a propostas desse tipo contribui para a criação do semibanguncismo.
Vendida como um fator de estabilidade, a girafa semipresidencialista teria um aspecto desorganizador. Basta que se imagine um presidente eleito com 60 milhões de votos que, diante de um Congresso hostil, coloca na mesa a proposta de um novo plebiscito para confirmar ou revogar o regime parlamentar. Reedita-se assim o caos do governo de João Goulart em 1962, depois que Tancredo Neves deixou a cadeira de primeiro-ministro. Deu no que deu.
Nos últimos anos, o comissariado petista levou a culpa de ter patrocinado a proposta do voto de lista, um sistema pelo qual o eleitor perderia o direito de escolher nominalmente seu candidato a deputado. Houve um pouco de injustiça nisso, pois muitos tucanos defendiam o truque, mantendo-se atrás das cortinas.

A pesquisa que mexeu com Renan Calheiros

Radar Online
Renan Calheiros está “animadíssimo” com os resultados de uma pesquisa eleitoral divulgada em Alagoas pelo Ibrape. Para ele, é o melhor cenário possível.
De acordo com o levantamento, o senador seria eleito com 30% dos votos, enquanto seu filho seria reeleito governador de Alagoas com 39%. Mas não é só isso que alegra Renan.
Ainda segundo a pesquisa, Michel Temer é desaprovado por 89% dos alagoanos.
Mais confiante do que nunca, o senador acredita que sua decisão de ir para a oposição foi acertada.

Base a navegantes do Planalto: chega de sacrifícios



Helena Chagas - Blog Os Divergentes
O curto-circuito de hoje, junto com a percepção de que também a reforma da Previdência encontra muitos obstáculos entre os parlamentares, é um recado claro aos navegantes do Planalto: a base aliada pode ter salvado a vida de Michel, mas em nenhum momento disse que lhe daria vida fácil.
Como muitos observadores já constataram, os deputados que enterraram a denúncia contra o presidente na semana passada consumiram todos os recursos disponíveis do governo e se sentem credores – e não devedores – de Temer. Enfrentaram a impopularidade para salvar um governante com baixíssima aprovação e não estão mais dispostos a fazer sacrifícios neste ano pré-eleitoral. É assim que as coisas vão funcionar daqui para frente. Com chance de piorar, quando chegar a segunda denúncia contra o presidente.

Temer imita Cunha


Brasília 05.10.2016- O presidente Michel Temer e o ministro do STF, Rodrigo Janot participam de sessao comemorativa ao 28º aniversario da Constituicao Federal do Brasil (Jose Cruz/Agencia Brasil) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo
Michel Temer radicalizou no duelo com Rodrigo Janot. O presidente pediu ao Supremo que declare a suspeição do procurador-geral da República. O objetivo é afastar o chefe da Lava Jato de todas as investigações que o envolvem.
O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira acusou Janot de adotar "obsessiva conduta persecutória" contra Temer. Ele disse que a atuação do procurador estaria contaminada por "sentimento de inimizade".
"O fundamental é dar continuidade à sua sanha de arqueiro contumaz", afirmou o defensor do presidente. Foi uma referência à metáfora preferida de Janot: "Enquanto houver bambu, lá vai flecha".

A 40 dias de deixar o cargo, o procurador mantém o arco apontado para o Planalto. Ele corre para concluir as investigações pela suposta prática de dois crimes: obstrução da Justiça e organização criminosa.
As novas denúncias terão que ser submetidas à Câmara, como manda a Constituição. Na semana passada, os deputados arquivaram a primeira acusação contra Temer, por corrupção passiva. Agora o presidente tenta inovar. Em vez de desviar das flechas, quer eliminar o arqueiro.
A tática de atacar Janot não chega a ser original. Há quase dois anos, o então deputado Eduardo Cunha adotou a mesma receita ao se ver na mira da Lava Jato. É espantoso notar a semelhança entre o seu discurso e a oratória do advogado de Temer.
"Por que o procurador tem essa obstinação pelo presidente da Câmara?", perguntou Cunha, em outubro de 2015. "Trata-se de uma clara perseguição movida pelo procurador-geral da República", prosseguiu. Na versão do ex-deputado, Janot usava uma "estratégia ardilosa" para "desestabilizar sua gestão e atingir sua imagem de homem público".
Nesta terça, o doutor Mariz usou palavras bem parecidas. Ele acusou Janot de "obstinada perseguição" e disse que o procurador quer "tisnar a honra do presidente, como se fosse ele seu inimigo pessoal".

Delator vai detalhar compra de deputados pró-Cunha

Folha de S.Paulo – Bela Megale
O executivo Ricardo Saud, delator da J&F, fará um complemento de sua delação premiada em que irá relatar nomes de deputados atribuídos a valores que teriam recebido em dinheiro vivo para apoiar a eleição do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara, em fevereiro de 2015.

Na ocasião, Cunha foi eleito com 267 votos. Ele ficou à frente do candidato apoiado pela então presidente Dilma Rousseff, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que teve 136 votos.
Segundo pessoas ligadas à empresa, o próprio Saud, que na época atuava como interlocutor e lobista da J&F no Congresso, teria sido o responsável por fazer os repasses. Os pagamentos representam R$ 12 milhões dos cerca de R$ 30 milhões desembolsados pelo grupo para dar suporte a Cunha, conforme relatou Joesley Batista, sócio da empresa e também delator.
Pessoas envolvidas nas tratativas afirmaram à Folha que o lobista vai apresentar os nomes dos deputados, os valores pagos a cada um, além de informações sobre o modo que as entregas foram feitas.
Em depoimento, Joesley se limitou a dizer que o grupo atendeu ao pedido de Cunha, que em 2014 solicitou R$ 30 milhões para se eleger presidente da Câmara. "Dos levantamentos nossos, pelo que eu entendi, ele saiu comprando um monte de deputado Brasil afora", disse.
O empresário afirmou que o valor foi pago da seguinte maneira: R$ 5,6 milhões por meio de doação oficial ao PMDB e correligionários indicados por Cunha, R$ 10,9 milhões por meio de pagamentos de notas frias em setembro e outubro de 2014 e R$ 12 milhões em dinheiro.
Há uma diferença de R$ 1,5 milhão entre a soma desses três valores (R$ 28,5 milhões) e os R$ 30 milhões, ambos citados por Joesley, mas os procuradores não questionaram o empresário sobre essa discrepância.
Em nota, a J&F não explicou a diferença de valores. Disse que "os colaboradores já apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da República e continuam à disposição para cooperar com a Justiça".
Em seu depoimento, Joesley também disse aos investigadores que, se quisessem saber detalhes teriam que falar com Saud, o responsável pelos repasses. O assunto, no entanto, não foi explorado com o lobista nos depoimentos que se tornaram públicos.
Integrantes da J&F disseram à reportagem que Saud não explicou o fato inicialmente porque não houve tempo, mas que se comprometeu a falar sobre as entregas.
OUTROS DELATORES
No acordo de delação premiada que negocia com a Procuradoria, o próprio Cunha, preso em Curitiba, se comprometeu a detalhar como aconteceu o pagamento dos R$ 30 milhões da J&F. Segundo aFolha apurou, o ex-presidente da Câmara relatará que o dinheiro não chegou a ele, mas foi entregue diretamente pela empresa aos políticos.
O assunto também faz parte do escopo do acordo de Lúcio Bolonha Funaro, ex-operador financeiro de Cunha preso em Brasília, que também está em tratativas com o Ministério Público Federal.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Gilmar pode mudar voto sobre prisão em 2ª instância


O Estado de S. Paulo
Por Sonia Racy


Advogados atentos registraram recente sinalização de Gilmar Mendes em mudar seu voto a favor da prisão após condenação de segunda instância, decidida pelo STF em fevereiro do ano passado.
E desconfiam agora que o STF será provocado antes que se imagina, por meio de… recurso extraordinário.
Considerando que a última votação foi de seis a cinco (pró-prisão), há chance de um reexame do assunto, pelos ministros, apontar para um meio termo entre a norma atual e a antiga. Esta só autorizava a prisão quando não houvesse mais possibilidade de recurso.

Se algo assim vier a prevalecer, a prisão só ocorrerá depois da decisão do STJ – e, portanto, antes do STF. A execução passaria da segunda para a… terceira instância.

PMDB e Doria: namoro põe pressão em Alckmin


Folha de S. Paulo - Igor Gielow

troca de afagos entre Michel Temer e João Doria, ocorrida nesta segunda (7) em evento na capital paulista, expôs um processo de aproximação entre o PMDB do presidente e o prefeito tucano.
O movimento ganhou força com a rejeição do afastamento do peemedebista do Planalto pela Câmara.
É um jogo de conveniência mútua, que serve não só para alinhavar eventuais alianças, mas também como instrumento de pressão para a pretensão de Doria de ser candidato a presidente no ano que vem.
O prefeito quer manter opções abertas para reforçar sua posição no PSDB e, numa situação extrema, para o caso de haver um rompimento com seu padrinho político, o também presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
As negociações são discretíssimas e envolvem amigos em comum de ambos. Doria tem horror à ideia de ser visto como traidor do homem que viabilizou sua carreira política, mas, como diz um aliado, dorme e acorda pensando no Planalto.
CONTROLE TUCANO
Alckmin aproveitou-se da barafunda tucana decorrente da delação da JBS,simbolizada na derrocada do rival Aécio Neves (MG) e na indecisão sobre o apoio a Temer, e tomou controle do partido.
Conseguiu adiantar a decisão sobre candidatura presidencial para dezembro.
No plano do grupo de Alckmin, Doria seria candidato ao governo do Estado com Rodrigo Garcia (DEM) na vice, ajudando a puxar uma votação arrasadora no maior colégio eleitoral do país –supondo-a vencedora em primeiro turno, Doria acompanharia o tucano pelo país no segundo round.
O prefeito, segundo um dirigente do PSDB, não descarta o arranjo, mas enviou sinais ao DEM, sigla com nova força pela posição singular do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), que substituiria um Temer afastado.
Maia não mordeu a isca, mas a tentativa serviu para aumentar-lhe o cacife: há duas semanas, a cúpula do partido foi recepcionada por Alckmin, retomando assim o papel de parceiro preferencial do PSDB. Até então, o paulista preferia o PSB