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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Em depoimento na delegacia, atirador diz que não se arrepende de matar adolescente em Goiás

Extra

Após matar com mais de dez tiros a estudante Raphaella Noviski, de 16 anos, dentro de uma escola em Goiás, o ex-aluno Misael Pereira de Olair, de 19 anos, afirmou não se arrepender do crime. Em depoimento na delegacia, o atirador confessou ter assassinado a adolescente e disse que comprou a arma há três meses.

O vídeo do depoimento do rapaz, feito na delegacia de Alexânia, em Goiânia, Misael aparece de pé e responde as perguntas feitas pela delegada Rafaela Azzi, responsável pelas investigações sobre o crime no Colégio Estadual 13 de Maio. Ao ser questionado sobre a finalidade pela qual havia adquirido a arma de fogo, ele responde: "para matar a Raphaella". A delegada ainda pergunta o motivo do crime e Misael se limita a responder "porque eu odeio ela". A titular, então, pergunta a razão do ódio e o rapaz, olhando para o teto da delegacia, afirma "não sei explicar".

Misael usou uma máscara para entrar no local e planejava se matar tomando veneno para rato. O rapaz ainda pretendia atirar em si mesmo. Ele foi impedido pela polícia de cometer o suicídio.

"Eu acho que só estava esperando preparar tudo e, quando ficou pronto, eu falei: 'a hora que eu quiser eu vou lá e mato'. Aí hoje falei: 'é hoje'. Então, fui lá e matei", falou Misael.

De acordo com o atirador, os diversos disparos foram feitos a cerca de meio metro de distância da vítima. "Tinha muita gente (na sala), mas eu tava procurando ela para matar. Mirei nela. Na cabeça", falou.


Raphaella Noviski, 16 anos, foi morta com diversos tiros Foto: Reprodução/Facebook


ou que poderia ser sua irmã?", pergunta Rafaela Azzi. "Já", responde Misael. "Nem assim gera arrependimento?", questiona a delegada. Ele, então, responde rapidamente: "Não", enquanto olha para o teto.

Na manhã desta segunda-feira, Misael saltou o muro da unidade de ensino armado com um revólver calibre 32 e disparou mais de 10 tiros no rosto de Raphaella, que morreu no local. Segundo o atirador, ele e a vítima se conhecem há cerca de 6 anos e moravam próximos um do outro, mas nãoA delegada questiona se Misael tem irmão ou irmã e se não imaginava que a menina poderia ser vítima de um crime como este. "Você já pens mantinham contato por nenhuma rede social. Ele negou que a adolescente o tenha rejeitado ou cometido qualquer tipo de bullying contra ele. No vídeo, a delegada, então, volta a pergunta o motivo de Raphaella ter sido assassinada pelo rapaz. Ele, por sua vez, torna a responder "porque eu odeio ela", visivelmente incomodado.


Ainda em depoimento, Misael afirma ter estudado na mesma escola da vítima no ano passado e que, no mês de julho do mesmo ano, foi até a casa da jovem para "entregar um presente para ela". A delegada pergunta o que aconteceu em seguida e Misael conta que não realizou a entrega. Ele, então, se dirige a um policial na sala e pergunta: "eu posso contar mesmo?". O policial e a delegada pedem que ele conte tudo sobre o caso.

"Eu fui entregar um presente para ela e ela falou que estava dando banho na avó dela e que era para a gente conversar lá no colégio. Aí, eu peguei o presente e não tive coragem de dar para ela", contou.

A delegada Rafaela Azzi pergunta se o rapaz gostava da vítima, já que pretendia lhe entregar um presente. Misael sorri e responde: "é". O rapaz ainda diz que tentou ter algo com a vítima e, em seguida, afirma que não. A delegada questiona se o presente não seria uma tentativa de relacionamento e Misael reafirma que não tentou um relacionamento com Raphaella.

"Isso não é tentar. Eu levei o presente lá pra ela, só que ela tava dando banho na avó dela e eu falei que só queria conversar. Acho que ela achou que eu tava tentando roubar a casa dela" (sic), disse.

Misael ainda confessou que Davi José de Souza, de 49 anos, o amigo da família que o aguardou em frente ao colégio, com a intenção de lhe dar uma carona, não sabia do crime. "Ele não sabia. Ninguém sabia. Não contei isso para ninguém", falou.

O atirador será indiciado por feminicídio. Os colegas da vítima e familiares ainda serão ouvidos pela polícia. O corpo da jovem foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) da cidade. Ainda nesta segunda-feira, Misael será levado para o presídio de Alexânia, na cadeia pública

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