Empregadora usava o dinheiro da pensão que a
trabalhadora recebia pela morte do marido e chegou a fazer empréstimos
no valor de R$ 9 mil
Doméstica estava há 5 anos sem receber salário
Foto ilustrativa: Diego Nigro/JC Imagem
JC Online
Uma empregada doméstica de 68 anos, analfabeta, foi resgatada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT),
no interior de Minas Gerais, por trabalhar em condições análogas às de
trabalho escravo na cidade de Rubim. A empregadora, de 50 anos, além de
não pagar o salário há 5 anos, fez empréstimos consignados no nome da
vítima e recolhia o dinheiro da pensão recebida pela morte do marido da
empregada.
De acordo com a procuradora do Trabalho, Juliane Mombelli, a
doméstica trabalhava em situação análoga à de escravo há cerca de oito
anos. Além de não receber o salário pelo trabalho doméstico, a
empregadora ainda sacava o dinheiro do benefício da pensão para custear
gastos feitos em uma venda de propriedade da sua família.
A doméstica cuidava da casa de três quartos, onde moravam a
empregadora, dois filhos e uma neta. E morava em um quarto separado da
casa, com um filho maior de idade.
Medidas
O resgate da trabalhadora, realizado no último dia 10, foi possível
através de uma operação conjunta do Grupo Especial de Fiscalização
Móvel, composto por representantes do Ministério do Trabalho (MTE), do
Ministério Público do Trabalho (MPT), da Defensoria Pública da União
(DPU) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a partir de uma denúncia
anônima.
Um auto de infração e determinado o pagamento das verbas trabalhistas
pela empregadora, que terá que arcar com cerca de R$ 72 mil pelos
últimos cinco anos não pagos e um processo será instaurado contra a
empregadora, que não teve a identidade revelada. A Defensoria Pública da
União fará um requerimento administrativo junto ao INSS para a
suspensão dos empréstimos feitos de maneira fraudulenta
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