Folha de S. Paulo – Gustavo Uribe
No
final de uma semana considerada difícil pelo Palácio do Planalto, o
presidente Michel Temer conseguiu nesta sexta-feira (30) o que considera
passos importantes a seu favor na crise política.
No
mesmo dia, dois aliados do peemedebista obtiveram vitória no STF
(Supremo Tribunal Federal), o que, para auxiliares e assessores
presidenciais, pode ajudar o presidente a barrar denúncia contra ele por
corrupção passiva.
Pela manhã, o ministro Marco Aurélio negou a prisão e devolveu o mandato ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos fiadores do apoio do PSDB à gestão peemedebista.
À tarde, o ministro Edson Fachin decidiu libertar o ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures, sobre o qual havia o receio do presidente de que ele fechasse acordo de delação premiada para deixar a prisão.
Na
avaliação de integrantes do governo, as decisões dão sinalizações ao
Congresso de que faltam provas às denúncias feitas pela PGR
(Procuradoria-Geral da República) e que elas são "contra a classe
política".
Além
disso, acreditam que o retorno de Aécio ao Senado poderá ajudar na
permanência do PSDB na Esplanada dos Ministérios e a evitar traições do
partido na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que analisará
denúncia contra Temer a partir da semana que vem.
Como a Folha mostrou, seis do sete tucanos que integram a CCJ
votar contra o presidente. A comissão parlamentar é a primeira
instância de tramitação da denúncia contra o peemedebista, que depois
vai ao plenário.
A ideia do presidente é votar em plenário nos dias 13 ou 14 de julho, antes do recesso parlamentar, a partir de 18 de julho.
Pelo
calendário esboçado pelo Palácio do Planalto, a defesa do peemedebista
utilizaria no máximo três sessões para se pronunciar na CCJ, permitindo
que já na quinta-feira (6) começasse o prazo de discussão e aprovação do
parecer.
Para
garantir a presença de deputados governistas nas segundas-feiras, o
peemedebista convocará reuniões com líderes aliados nos domingos à
noite, no Palácio da Alvorada.
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