O discurso de retorno de
Aécio Neves ao Senado mostrou a imensa perda de força política do
político mineiro. Basta comparar o discurso de ontem com falas
anteriores, especialmente quando Aécio usou a tribuna após perder a
eleição presidencial de 2014 e durante a sessão no ano passado que votou
o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
O senador saiu de uma
posição de ataque, prestígio e conforto para uma atitude de defesa,
irrelevância e constrangimento. Aécio costumava criticar petistas quando
eles diziam que haviam cometido erros e não crimes. Ontem, usou a mesma
fórmula.
Negou ter cometido crime,
apesar de as provas contra ele serem mais contundentes do que em relação
ao presidente Michel Temer se forem levadas em conta as gravações que o
empresário Joesley Batista fez com os dois.
Aécio indicou claramente um
primo para receber recursos de Joesley. Por que um empréstimo de tal
magnitude precisaria ser feito com entrega de malas em dinheiro e não
uma transferência bancária? Aécio não pediu uma nota de R$ 100, mas R$ 2
milhões.
O senador discutiu com
Joesley a indicação de uma rentável diretoria da Vale, empresa sobre a
qual ele disse ter sido o responsável pela escolha do presidente.
Faltaram respostas
convincentes. Aécio repetiu o que vinha dizendo, em sintonia com a
defesa do presidente Michel Temer, ao falar que foi vítima de um
criminoso. O tucano não tem mais um futuro político promissor. De certa
forma, colheu o que plantou ao não aceitar o resultado eleitoral de
2014.
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