Andrei Meirelles no blog Os Divergentes
Em julho de 2015, quando assumiu a articulação política de Dilma Rousseff, Michel Temer contava com um alto comando que o ajudou, um ano depois, a chegar ao Palácio do Planalto.
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Mal chegou ao poder, o grupo foi desfalcado com a cassação do mandato de Eduardo Cunha, peça decisiva na escalada dessa turma desde a montagem da chapa presidencial em 2010.
Era Cunha quem cuidava das nebulosas negociações que ajudaram a cacifar o grupo de Michel Temer. Daí o temor com sua delação premiada.
Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha também eram craques nos acertos com empresários. No final de novembro do ano passado, Geddel caiu no escândalo do espigão de Salvador. Sobrou Padilha.
Em 23 de fevereiro, José Yunes contou que havia sido “mula” de Padilha ao receber em seu escritório pacote de dinheiro enviado pela Odebrecht e entregue pelo doleiro Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha.
No dia seguinte, Padilha apresentou licença médica e se afastou da Casa Civil. Só retornou no dia 13 de março.
Investigadores que acompanham o escândalo envolvendo Michel Temer dizem que, mesmo truncada, a gravação feita por Joesley Batista explica a razão do encontro clandestino na garagem do Palácio Jaburu.
Pelo que claramente Joesley disse ali, e depois detalhou em depoimento, ainda tinha pendências com Eduardo Cunha, a quem pagava propinas para obter vantagens no Governo e no Congresso. Mesmo na cadeia, Cunha continuou a receber um cala-boca da JBS. Ele era o principal interlocutor de Joesley no PMDB.
A fila andou. Joesley diz, na conversa com Temer, que tinha Geddel Vieira Lima como interlocutor, mas, como ambos estão sendo investigados por tramoias na Caixa Econômica Federal, não dava mais para procura-lo. Temer concorda e diz que isso seria obstrução de justiça.
Joesley, então, cita Padilha. Alvo da Lava Jato e de licença na Casa Civil, Padilha também estava fora de combate. Joesley, então, pede um novo interlocutor.
Temer, então, confirma Rodrigo Rocha Loures. Ele já estava na parada. Como comprova outro grampo, foi ele quem marcou o encontro, diferente da versão do próprio Temer. A senha do passaporte de Joesley para o ingresso na garagem do Jaburu foi “Rodrigo”.
Depois de ouvir uma penca de pedidos de privilégios em variados órgãos do governo, Michel Temer autorizou Joesley a dar uma carteirada no ministro Henrique Meirelles.
Em outro grampo, Rocha Loures diz a Joesley que poderia resolver seus problemas no governo. O preço: R$ 500 mil por semana durante 20 anos. Depois, foi flagrado recebendo a primeira mala de R$ 500 mil.
Em discursos e entrevistas, Michel Temer passa a mão na cabeça de Loures, o de “boa índole”. Cheio de dedos, o descreveu como vítima de uma sedução para receber malas de dinheiro. Nada crível.
Entre quem conhece os bastidores do PMDB a avaliação é de que, hoje, o temor de Temer com uma delação de Rocha Loures é maior do que com o silêncio de Eduardo Cunha. Loures não tem o couro curtido de Eduardo Cunha, Geddel e Padilha, alvos de acusações ao longo de suas longas carreiras políticas.
A conferir.
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Mal chegou ao poder, o grupo foi desfalcado com a cassação do mandato de Eduardo Cunha, peça decisiva na escalada dessa turma desde a montagem da chapa presidencial em 2010.
Era Cunha quem cuidava das nebulosas negociações que ajudaram a cacifar o grupo de Michel Temer. Daí o temor com sua delação premiada.
Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha também eram craques nos acertos com empresários. No final de novembro do ano passado, Geddel caiu no escândalo do espigão de Salvador. Sobrou Padilha.
Em 23 de fevereiro, José Yunes contou que havia sido “mula” de Padilha ao receber em seu escritório pacote de dinheiro enviado pela Odebrecht e entregue pelo doleiro Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha.
No dia seguinte, Padilha apresentou licença médica e se afastou da Casa Civil. Só retornou no dia 13 de março.
Investigadores que acompanham o escândalo envolvendo Michel Temer dizem que, mesmo truncada, a gravação feita por Joesley Batista explica a razão do encontro clandestino na garagem do Palácio Jaburu.
Pelo que claramente Joesley disse ali, e depois detalhou em depoimento, ainda tinha pendências com Eduardo Cunha, a quem pagava propinas para obter vantagens no Governo e no Congresso. Mesmo na cadeia, Cunha continuou a receber um cala-boca da JBS. Ele era o principal interlocutor de Joesley no PMDB.
A fila andou. Joesley diz, na conversa com Temer, que tinha Geddel Vieira Lima como interlocutor, mas, como ambos estão sendo investigados por tramoias na Caixa Econômica Federal, não dava mais para procura-lo. Temer concorda e diz que isso seria obstrução de justiça.
Joesley, então, cita Padilha. Alvo da Lava Jato e de licença na Casa Civil, Padilha também estava fora de combate. Joesley, então, pede um novo interlocutor.
Temer, então, confirma Rodrigo Rocha Loures. Ele já estava na parada. Como comprova outro grampo, foi ele quem marcou o encontro, diferente da versão do próprio Temer. A senha do passaporte de Joesley para o ingresso na garagem do Jaburu foi “Rodrigo”.
Depois de ouvir uma penca de pedidos de privilégios em variados órgãos do governo, Michel Temer autorizou Joesley a dar uma carteirada no ministro Henrique Meirelles.
Em outro grampo, Rocha Loures diz a Joesley que poderia resolver seus problemas no governo. O preço: R$ 500 mil por semana durante 20 anos. Depois, foi flagrado recebendo a primeira mala de R$ 500 mil.
Em discursos e entrevistas, Michel Temer passa a mão na cabeça de Loures, o de “boa índole”. Cheio de dedos, o descreveu como vítima de uma sedução para receber malas de dinheiro. Nada crível.
Entre quem conhece os bastidores do PMDB a avaliação é de que, hoje, o temor de Temer com uma delação de Rocha Loures é maior do que com o silêncio de Eduardo Cunha. Loures não tem o couro curtido de Eduardo Cunha, Geddel e Padilha, alvos de acusações ao longo de suas longas carreiras políticas.
A conferir.
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