Igor Gielow - Folha de S.Paulo
Liderados pelo PSDB, partidos aliados ao PMDB na sustentação do governo de Michel Temer consideram que o presidente perdeu as condições de ficar no cargo, e já fizeram chegar a ele essa avaliação de forma reservada.
Pelo
roteiro elaborado até aqui, sujeito a revisões dada a imponderabilidade
da crise, como o peemedebista resiste em renunciar na esteira da
delação da JBS na Operação Lava Jato, a solução será contar com a
cassação da chapa eleita em 2014 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Até
aqui, havia a expectativa de que o TSE "mataria no peito" e livraria
Temer de punição, apesar das provas reunidas no processo que será
julgado no próximo dia 6.
Agora,
o consenso é de que a cassação resolveria o impasse institucional e
livraria o presidente da "confissão de culpa", como ele chama a hipótese
de renúncia. Como bônus, Temer sempre poderá culpar Dilma pelas
irregularidades na campanha.
O presidente foi gravado pelo
empresário Joesley Batista, que narrou crime de obstrução de Justiça,
em um encontro secreto no Palácio do Jaburu, em março.
Além disso, segundo Batista Temer indicou o deputado agora afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR)
para receber propina. Por fim, na delação Temer é acusado de pedir R$
15 milhões em caixa dois para a JBS, e de ter ficado com R$ 1 milhão
para si.
Temer
nega tudo. Com a desistência em pedir que o Supremo Tribunal Federal
suspendesse o inquérito do caso contra si, o presidente indicou a
aliados que tentaria defender seu mandato estimulando uma agenda
econômica no Congresso.
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