Renan Calheiros durante debate no Senado na semana passada |
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.
A decisão é em caráter liminar (provisório). Mello acatou pedido da Rede Sustentabilidade, feito nesta segunda (5), para que Renan fosse afastado do cargo depois que virou réu, na última quinta (1º), pelo crime de peculato.
À Folha o ministro disse que tomou a decisão já que o STF já
tinha decidido, por maioria absoluta de seis votos, que réu não poderia
ocupar cargo na linha sucessória da Presidência.
"Depois disso veio fato superveniente: Renan se transformou em réu. Ele
pode continuar no cargo? A Rede entrou no STF para esclarecer a questão.
Diante do fato superveniente [Renan virou réu], eu dei a decisão."
No despacho, o ministro do Supremo disse que a ordem deveria ser
cumprida "com a urgência que o caso requer, por mandado, sob as penas da
lei".
Com o afastamento de Renan, deve assumir a presidência do Senado o atual
primeiro-vice, Jorge Viana (PT-AC). O peemedebista ainda não se
manifestou sobre o afastamento. Seu mandato no comando da Casa termina
em fevereiro.
O pedido da Rede é consequência de outra ação, que solicitava o
afastamento do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com a
renúncia de Cunha, em julho, a ação prosseguiu com o objetivo de
analisar se réus podem ocupar cargo na linha sucessória da Presidência
da República (vice-presidente, presidente da Câmara e presidente do
Senado).
O caso foi ao plenário do STF em novembro. A maioria dos ministros
-seis, de um total de 11- votou por impedir que réus ocupassem a linha
de sucessão do Planalto.
No entanto o julgamento foi interrompido por pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) feito pelo ministro Dias Toffoli.
Em seu pedido de afastamento de Renan, a Rede escreveu: "Ocorre que no
dia 1º de dezembro de 2016, o Plenário deste STF recebeu parcialmente
denúncia criminal formulada no âmbito do Inquérito Policial nº 2593
contra o presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros, que
passou à condição de réu, pela alegada prática do crime de peculato (a
decisão ainda não foi disponibilizada pelo STF)".
"Com o recebimento da denúncia, passou a existir impedimento
incontornável para a permanência do referido senador na Presidência do
Senado Federal, de acordo com a orientação já externada pela maioria dos
ministros do STF."
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