“O resultado
da conversa do presidente Michel Temer com os governadores
representantes das cinco regiões do País mostra que os Governos do
Nordeste estavam certos em defender a separação do debate sobre a
divisão da multa da repatriação e a adoção de novas medidas de ajuste
fiscal. É fundamental que esse diálogo entre Estados e Governo Federal
seja transparente e permanente”, avaliou o governador Paulo Câmara, que,
no último dia 25, reuniu os governadores nordestinos para tratar das
questões relativas ao ajuste fiscal e a retomada do desenvolvimento do
Brasil.
O governador
de Pernambuco lembrou um dos pontos da “Carta do Recife”, que defendia
exatamente a discussão estadualizada sobre o ajuste fiscal, pois cada
unidade da Federação tem uma realidade específica. Paulo Câmara
conversou no último sábado (26.11), por telefone, com o presidente Temer
para comunicar o resultado da reunião no Recife. Ficou acertado que o
presidente receberia os governadores esta semana.
“Pernambuco,
por exemplo, vem fazendo seu dever de casa. O ajuste fiscal começou
desde primeiro dia do nosso Governo. Adotamos um plano de
contigenciamento, reduzimos os cargos comissionados. Em 2015, tivemos a
maior redução de despesa de custeio do Brasil. Já em 2016, criamos o
Fundo de Estabilização Fiscal, medidas que mostram o nosso compromisso
com a responsabilidade fiscal”, disse o governador pernambucano.
Paulo Câmara
lembrou que os Estados do Nordeste têm suas dívidas muito abaixo do
limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A dívida consolidada
representa 11,16% da dívida total dos Estados, ao contrário do que
acontece com os três maiores Estados da Federação, que respondem por 66%
da dívida total e já ultrapassaram ou estão prestes a atingir este
patamar.
“Por mérito
de seus governos estaduais, portanto, o Nordeste passou ao largo da
crise da renegociação das dívidas estaduais, tendo sido, inclusive,
prejudicado neste processo, já que as concessões feitas pelo Governo
Federal no acordo então celebrado trouxeram benefícios muito pequenos e
laterais a Estados que já tinham suas dívidas ajustadas”, argumentou
Paulo.
Para o
governador pernambucano, o esforço fiscal dos Estados nordestinos, como
vem sendo enfatizado pelos seus governadores, está expresso pelos
números oficiais apurados pelo próprio Governo Federal. “De acordo com
dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), o conjunto
dos Estados do Nordeste reduziu, em 2015, 90% do déficit primário
apurado em 2014. Além disso, a despesa primária cresceu apenas 0,41%
entre 2014 e 2015 – bem abaixo do IPCA, que ficou em 6,41% em 2014”,
disse Paulo Câmara.
Enquanto a
despesa primária dos Estados do Nordeste cresceu apenas 0,41%, a receita
líquida cresceu 3,74% em 2015. “E o mais importante: ante um
crescimento de 5,15% nas receitas de arrecadação própria, aquelas
provenientes das transferências da União aos Estados registraram
incremento de apenas 2,34% nominal no período”, concluiu o governador
Paulo Câmara.
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