247 – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes fez
críticas aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, que nesta
quinta-feira 22 prendeu o ex-ministro Guido Mantega em um hospital na
capital paulista.
"Sou cético quanto a salvadores, sejam políticos ou promotores
públicos. Como já se disse antes, um país que precisa de salvadores não
merece ser salvo", declarou. Para Gilmar, a medida contra Mantega foi
"um tanto indevida", segundo a coluna da jornalista Sonia Racy.
A prisão do ex-ministro da Fazenda do governo Lula e Dilma, após um
depoimento do empresário Eike Batista, de que ele teria pedido uma
colaboração de R$ 5 milhões para o PT, sem qualquer contrapartida com
contratos da Petrobras, foi duramente questionada por vários juristas.
Ontem, Gilmar Mendes já havia dito
que a prisão, que foi revogada pelo juiz Sérgio Moro horas depois,
"constrangeu a todos". Quando foi abordado pela equipe da Polícia
Federal, no âmbito da 34ª fase da Operação Lava Jato, Mantega
acompanhava a esposa em cirurgia contra um câncer.
Gilmar lembrou ainda que há hoje no País 700 mil pessoas presas,
metade delas por ordem provisória, e que isso é muito grave e injusto.
"Se eu tivesse autoridade e alguma missão, eu começaria por uma reforma
na Justiça criminal", afirmou, destacando, porém, a importância da Lava
Jato.
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