As declarações do governo sobre mudanças na legislação trabalhista têm
deixado sindicalistas não só irritados como também confusos. "Para nós,
essas falas são balões de ensaio, e balões furados", afirma João Carlos
Gonçalves Juruna, secretário-geral da Força Sindical.
Em
nota, a entidade afirma que o governo "precisa ter mais prudência na
divulgação de medidas que estão sendo feitas de forma atabalhoada e
fatiada" e que repudia a retirada de direitos já estabelecidos, como a
jornada de oito horas diárias.
Na
quinta (8), o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, afirmou em
discurso a sindicalistas que uma das propostas para a reforma da
legislação é dar segurança jurídica a acordos coletivos que ampliem a
jornada diária para até 12 horas, dentro da limitação semanal de 48
horas.
Depois
da repercussão negativa da fala, a pasta realizou ação nas redes
sociais nesta sexta (9) e divulgou nota à imprensa para esclarecer que
não defende ampliação da jornada de trabalho.
Movimentos
trabalhistas organizam manifestações contra o que entendem como
retirada de direitos pelo governo. De acordo com Juruna, a Força
Sindical planeja um ato nacional para o dia 22 de setembro. Uma semana
depois, no dia 29, metalúrgicos prometem realizar uma paralisação em
todo o país contra as propostas de reformas.
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