Esta é mais uma da série das Cartas Abertas aos Golpistas. O
destinatário agora é Cristovam Buarque.
Caro Cristovam:
Li outro dia o senhor falando numa “nova esquerda”. Senador: o senhor
não tem vergonha de falar em “nova esquerda” quando se aliou ao que
existe de mais putrefato na velha direita brasileira num golpe que
destruiu 54 milhões de votos e, com eles, a democracia?
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Como o senhor dorme, senador? A consciência não lhe pesa? Que
mentiras o senhor conta a si mesmo para conviver com tamanha ignomínia?
Já tivemos tempo para verificar qual foi o real propósito do golpe.
Os ricos são favorecidos e os pobres castigados. É assim que funciona,
desde sempre, a plutocracia brasileira.
Por isso somos uma das sociedades mais desiguais e mais abjetas do mundo.
E o senhor está ao lado dessa calamidade. Contribuiu, com seu voto,
para mais uma vitória da plutocracia que, no passado, matou GV e
derrubou Jango.
Vou citar o nome de alguns de seus companheiros de jornada.
Eduardo Cunha. Bolsonaro. Malafaia. Todos aqueles deputados federais
que viraram piada no mundo na sessão do impeachment. Janaína Paschoal.
Os irmãos Marinhos da Globo. A família Frias da Folha. Os Civitas da Abril.
Michel Temer. Renan Calheiros. Collor. Gilmar Mendes.
Todos os analfabetos políticos que, manipulados pela mídia
plutocrata, vestiram a camisa da CBF e foram às ruas bradar pelo golpe.
Os idiotas que bateram panelas, igualmente induzidos pela imprensa.
Os comentaristas e editores recrutados pelas empresas de mídia em seu jornalismo de guerra. Todos eles.
É uma amostra da escória à qual o senhor se juntou, senador.
Como homem da Educação, o senhor bem sabe o valor dos livros. Qual o papel que os livros lhe reservarão no futuro?
É uma pergunta fácil de responder. O de um fâmulo da plutocracia. O de um golpista.
O senhor atirou sua biografia no lixo. Seus descendentes serão
obrigados a conviver com a infâmia de um antepassado que optou pelos
privilegiados em detrimento dos miseráveis com argumentos cínicos.
E o senhor ainda ousa falar em “nova esquerda”. A quem o senhor
engana, senador? Nem ao senhor, presumo. O senhor não é tão mentecapto
para acreditar em tamanho disparate.
Sinceramente.
Paulo
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