O presidente da comissão especial do impeachment no Senado, Raimundo
Lira (PMDB-PB), recuou nesta segunda-feira (6) da sua decisão de reduzir
em 20 dias o prazo de tramitação do processo da presidente afastada
Dilma Rousseff em relação ao cronograma proposto pelo relator, Antonio
Anastasia (PSDB-MG). A defesa de Dilma havia recorrido da decisão na
sexta-feira (3).
Com isso, o prazo para as alegações finais tanto para a acusação
quanto para a defesa será de 15 dias cada um. Na semana passada, ele
havia reduzido esse prazo para 5 dias. Com a alteração no cronograma, a
votação do parecer da comissão no plenário deverá ficar para o início de
agosto, e não mais para julho.
A decisão foi anunciada em reunião na tarde desta segunda-feira para
discutir o cronograma da comissão especial. Raimundo Lira disse que não
voltou atrás por “pressões externas”, e que a decisão foi “absolutamente
pessoal” baseada no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, que
teve 15 dias para alegações finais da defesa e 15 dias para acusação.
“Não posso negar que uma reflexão filosófica me fez evoluir em minha
decisão. Não me senti confortável em confrontar o cronograma do relator
[Antônio Anastasia] e diminuir o prazo. [...] Era razoável que a defesa
trabalhasse com o precedente de 1992 [do impeachment do Collor]”,
explicou Raimundo Lira.
“Quero dizer aqui, aos senhores senadores, mais uma vez que essa
decisão foi absolutamente pessoal. Não podemos aceitar aqui qualquer
tipo de pressão, porque isso desvirtuaria o trabalho e o bom
funcionamento da comissão”, completou o presidente da Comissão.
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