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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Folha de S.Paulo - Mariana Haubert
Parte dos senadores que participaram do jantar com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nesta terça (28), classificou o encontro como "frustrante" porque o ministro não deu indicações claras sobre quais são as prioridades para a área econômica no Congresso e "lavou as mãos" do governo em relação aos reajustes para diversas categorias do funcionalismo público.
Os senadores esperavam que o ministro fosse mais claro em relação ao aumento de salários, já que a previsão é de que eles terão um impacto de R$ 67,7 bilhões até 2019. Os parlamentares questionaram Meirelles se o pacote de reajuste seria prioridade ou se o governo teria outra posição.
"Ao não termos uma resposta muito objetiva, realmente fica essa posição, já que a pauta da população brasileira é exatamente conter despesas. Ele disse que o Parlamento vai avaliar. Não vamos a esse nível de apoiar todos esses aumentos, mas também tem que ter uma posição do governo e não só a posição do Parlamento. Ele é o comandante da política monetária do país", reclamou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), ao deixar o encontro.
O jantar foi organizado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na residência oficial. Compareceram 45 senadores, além do anfitrião.
Nenhum senador de oposição foi ao evento. O boicote foi anunciado pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) na tarde desta terça.
De acordo com ele, a decisão foi tomada porque os partidos que defendem a presidente afastada Dilma Rousseff não reconhecem a legitimidade do presidente interino, Michel Temer.
Após o jantar, outros senadores aliados apontaram uma contradição do governo ao não se posicionar claramente em relação aos reajustes salariais e ao mesmo tempo defender propostas de austeridade econômica para recuperar a situação fiscal do país.

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