247 – Tempos atrás,
quando foi questionado sobre o que mais o agradava no governo Lula, o
cantor e compositor Chico Buarque mencionou a política externa
desenvolvida por Celso Amorim.
O motivo?
– O Brasil não fala fino com os Estados Unidos, nem fala grosso com a Bolívia – disse Chico.
Antes de Amorim, ficou marcada na
lembrança a imagem de um chanceler brasileiro, no governo FHC, que teve
que tirar os sapatos para entrar nos Estados Unidos.
Com Lula e Amorim, o projeto da Área de Livre Comércio das Américas foi sepultado e foi desenvolvida a política Sul-Sul.
Esse modelo, no entanto, parece estar chegando ao fim com a nomeação de José Serra para o Itamaraty.
Desde que assumiu o cargo, ele já
brigou com países como Bolívia, Venezuela, Equador e El Salvador, que
não reconhecem o governo brasileiro, assim como com a Unasul, cujo
presidente, Ernesto Samper, se negou a bater boca com um "chanceler
interino".
Serra também pediu um estudo sobre
custos de representações diplomáticas, o que deve levar ao fechamento de
postos na África e na América Central e Caribe.
Recentemente, a revista Foreign
Affairs, bíblia da política externa, exaltou as conquistas do Brasil
como ator global, justamente por expandir sua presença nessa regiões
(leia mais aqui).
Com Serra chanceler, a lei de Chico
deve ser invertida. A partir de agora, o Brasil tentará falar grosso com
os vizinhos e fino com os Estados Unidos – o que foi criticado, ontem,
pela presidente afastada Dilma Rousseff (leia aqui).
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