O ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Gilberto Carvalho ouviu, na última quinta-feira, véspera da Operação
Aletheia, um desabafo visionário do ex-presidente Lula: “Eu vou ser
preso ou vão fazer a minha condução coercitiva porque, do contrário, a
Lava Jato não tem sentido.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Carvalho afirmou que a conversa
com o ex-presidente sintetiza a percepção do partido de que a maior
investigação das últimas décadas busca fazer “justiçamento, não
justiça”.
Para o ex-ministro, a Lava Jato não tem provas contra Lula, tem
teses. E prevê o pior, caso tentem prender o ex-presidente: “O doutor
Sergio Moro tem uma necessidade de provar que os agentes do PT formam
uma quadrilha e que o capo dessa quadrilha agora é o presidente Lula.
Não quero falar nessa hipótese. Espero que não brinquem com fogo”,
avaliou Carvalho à publicação.
Ainda segundo Carvalho, “nas delações premiadas, só interessam
delações contra o PT, porque é preciso provar que aquele dinheiro é
contaminado. O dinheiro que foi para o Aécio e o que foi para a Marina
Silva não tem essa contaminação. Ele sai do mesmo cofre, da mesma fonte,
mas como não estavam no governo, não determinaram o assalto à
Petrobras”.
Durante a entrevista, Gilberto Carvalho desqualificou a operação Lava
Jato. “O povo está se iludindo, achando que a Lava Jato está fazendo um
processo importantíssimo de combate à corrupção”.
Carvalho não acredita no sucesso do impeachment e duvida que Dilma
Rousseff saia do PT. “Eu acho que a Dilma vai até 2018. Até porque a
sobrevivência dela estaria muito ameaçada”, avalia.
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