A Frente Brasil Popular, integrada por 60 movimentos sociais e
apoiada pelo movimento Povo Sem Medo, do PSOL, pretende levar 100 mil
pessoas a Brasília, na próxima quinta-feira, em manifestação contra o
impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Com o slogan "golpe nunca
mais", atos serão realizados simultaneamente em várias capitais e
cidades do interior. Não estão descartados fechamento de rodovias,
ocupações de prédios e propriedades rurais.
Em São Paulo, a manifestação começa às 16 horas, na Praça da Sé,
centro da capital. Os atos também vão criticar a reforma da Previdência e
o ajuste fiscal do próprio governo que os movimentos defendem. "As
organizações sociais defendem que a tentativa de retirar Dilma Rousseff
da Presidência é um golpe à democracia. A data é emblemática, pois
lembra o golpe militar de 1964. As frentes definiram que o foco
principal é a marcha para Brasília e vamos estar lá, mas também vamos
ter mobilizações no interior", disse o dirigente nacional do Movimento
dos Sem-Terra (MST), Gilmar Mauro.
Para o presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT
São Paulo), Douglas Izzo, também coordenador da Frente Brasil Popular,
apoiar a saída da presidente é estar ao lado dos que querem o fim dos
diretos trabalhistas e o retrocesso das conquistas sociais e na área de
direitos humanos. Dissidente do MST e líder da Frente Nacional de Lutas
(FNL), José Rainha Junior levará militantes a Brasília e seus aliados
farão atos no interior de São Paulo. Rainha se diz crítico do governo
Dilma em relação à reforma agrária, mas participará dos atos em defesa
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado na Operação Lava
Jato.
O presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares
(Conafer), Carlos Lopes, disse que seu grupo vai se mobilizar em defesa
de Dilma e Lula, "mas vamos cobrar a reforma agrária". O Povo Sem Medo
lançou o manifesto 'Periferias contra o Golpe', com assinaturas de
movimentos sociais e culturais, em que expõe a preocupação nas
periferias com os rumos do País. Em nota conjunta, as frentes Brasil
Popular e Povo Sem Medo informam que os eixos da mobilização incluem a
defesa da democracia, mudança na política econômica e defesa dos
direitos trabalhistas e previdenciários já conquistados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário