Sentindo-se desmoralizados por não ter evitado o horror dos
atentados terroristas, os poderosos serviços de segurança franceses
buscam aprofundar as investigações para identificar os responsáveis.
Diferente dos primeiros atentados que vitimou jornalistas do
jornal CHARLIE HEBDO, os terroristas não foram mortos nos locais dos
atentados pelas forças de segurança ou posteriormente em cerco, o que
permitiu a recuperação dos corpos e a identificação dos criminosos.
Desta vez, os terroristas que atacaram a casa de show BATACLAN e o
estádio aonde, com a presença do presidente da França, François
Hollande, as seleções de futebol da França e da Alemanha se
confrontavam, portavam cintos com explosivos e se explodiram, destruindo
os seus corpos.
Assim mesmo, a inteligência da SEGURANÇA NACIONAL recolheu todo
material encontrado na casa de show, bem como objetos que permitiram
identificar os culpados.
Um dedo e um resto de passaporte sírio foram muito importantes.
Foi possível recuperar as digitais do dedo e o passaporte sírio foi
usado na GRÉCIA por um refugiado sírio que recebeu asilo na ALEMANHA.
Outra pista importante foi um carro alugado na BÉLGICA. Foram
presos os que utilizaram esse veículo. Todos os identificados eram
franceses de nascimento, mas tinham nomes árabes e fazem parte dos dois
milhões de franceses de origem árabe e originários dos antigos harkis.
Em 1962, depois de sangrenta guerra, a ARGÉLIA (então colônia da
França), conquistou a independência mas surgiu um enorme problema.
Milhares de argelinos muçulmanos apoiaram os franceses durante a guerra e
se fossem pegos pela Frente Nacional Argelina, vencedora da guerra,
seriam sumariamente degolados.
Em 48 horas, em 1962, 400 mil argelinos, considerados traidores,
usando todo tipo de embarcação, atravessaram o MEDITERRÂNEO e a FRANÇA
não tinha saída, a não ser acolhê-los. PASSARAM A SER CHAMADOS DE
HARKIS.
A taxa de natalidade dos franceses é de 1,8, mas a taxa de
natalidade da comunidade argelina de HARKIS é de 8,1. Os 400 MIL SÃO
HOJE CERCA DE 2 MILHÕES E MEIO e, com a COMUNIDADE EUROPEIA dispondo de
passaportes franceses, têm livre trânsito em todos os países europeus.
Todos vivem na periferia de Paris, não se sentem franceses nem
europeus, são altamente discriminados, vítimas de racismo e com uma taxa
elevadíssima de desemprego. Frequentam as mesquitas mais radicais,
criam grandes distúrbios na periferia parisiense e muitos se envolvem em
terrorismo. É um problema político sem solução.
*Maurílio Ferreira Lima é ex-deputado federal pelo PMDB.
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