Da Folha de S.Paulo – Reynaldo Turollo JR e Flávio Ferreira
Um
ano após ser concluído pela Polícia Federal, o principal inquérito
criminal que investigou o cartel acusado de fraudar licitações de trens
em São Paulo entre 1998 e 2008, em sucessivos governos do PSDB, está
parado no Ministério Público Federal.
Responsável
pelo caso, o procurador da República Rodrigo de Grandis ainda não
decidiu se apresenta à Justiça denúncia criminal contra os suspeitos do
caso, o que deflagraria uma ação penal após a PF ter indiciado 33 pessoas.
Grandis
disse à Folha que ainda não protocolou a acusação formal porque aguarda
o envio de documentos bancários por autoridades estrangeiras para
comprovar crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Os
indiciados são suspeitas de praticar os crimes de corrupção ativa e
passiva, formação de cartel, fraude a licitações, evasão de divisas e
lavagem de dinheiro, segundo o inquérito finalizado pela PF em 28 de
novembro de 2014.
Entre
os indiciados estão o ex-presidente da CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos) Mario Bandeira, o ex-gerente de Operações José
Luiz Lavorente (os dois apenas por fraude a licitações) e os
ex-diretores da estatal João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de
Araújo.
Na
lista dos acusados pela PF estão ainda ex-diretores das empresas
Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, Daimler-Chrysler, Mitsui e TTrans,
além do consultor Arthur Gomes Teixeira, apontado como intermediário de
suborno.
Na
ocasião da conclusão do inquérito, os indiciados negaram a prática dos
crimes. A investigação refere-se aos governos de Mário Covas, José Serra
e Geraldo Alckmin.
Para
a PF, os indícios reunidos eram suficientes para iniciar uma ação
penal, uma vez que, junto ao relatório, representou pelo sequestro de
valores de sete empresas, o que a Justiça acatou.
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