Texto de Lelê Teles, publicado originalmente no Portal 247
não acreditem em tudo que a gente publica.
não acreditem em tudo que a gente publica.
o jornalista Lauro Jardim saiu da revista veja e chegou ao Globo de forma espetaculosa.
deu uma falsa notícia sobre o filho de Lula e, por isso mesmo, ele
próprio virou notícia: saiu na capa do jornal, de braços cruzados e meio
riso no rosto; jactancioso.
uma estreia triunfal como disse o seu colega de O Globo, Jorge Bastos Moreno.
o Lobista Fernando Baiano, segundo Jardim em seu texto de estreia,
teria afirmado que botou 2 milhões de lascas no bolso de Lulinha, a
pedido de um pecuarista, que atendia a um pedido da nora de Lula, que
teria uma dívida a saldar.
a falsa notícia fez a alegria dos midiotas.
revoltados online, colunistas da mídia velha, lutadores de MMA,
atores pornôs, velhotes bicudos e roqueiros amalucados devem ter
vibrado.
incapazes de apontar uma falcatrua factual contra o ex-presidente, os descerebrados avançam contra os seus parentes.
no passado já tentaram incriminar, de forma bisonha, o irmão de Lula, Vavá.
o próprio Collor, em 1989 já acusara Lula de ficar rico porque o
ex-operário teria, em casa, um aparelho de som (um 3 em 1) muito mais
sofisticado que o do alagoano amante de carrões importados.
veja que curioso.
como Collor, Jardim sabia que plantava uma falsa notícia. seus
patrões também sabiam que se tratava de uma interpretação mal
intencionada, canalha.
mas deixaram pra ver até onde ia.
não foi muito longe. 28 dias depois, o Globo publica uma improvável errata desmentindo e desmoralizando o intrépido jornalista.
e por que o fez? pela ética, pelo compromisso objetivo e inarredável com a verdade?
ora, direis. ouvir estrelas?
Jardim desmente a si mesmo porque foi interpelado judicialmente.
é medo dos homens de preto, não tem nada a ver com compromisso com a verdade.
da verdade ele sabia, mentiu por que quis.
fi-lo porque qui-lo, diria.
há uma prática antiga nas redações de jornalões e revistonas dedicada à destruição de reputações.
há também, uma antiga prática de mal jornalismo, de jornalismo preguiçoso e apressado.
vimos Sergio Conti, bisonhamente, entrevistar um sósia de Felipão como se fosse o próprio Big Phill.
e a loira da TVeja seguia empregada mesmo depois de ter mais de 50 acusações de plágios.
a mídia velha precisa de caras e minas capazes de qualquer coisa. de
um irresponsável mentiroso e de um lápsico preguiçoso pode se esperar
qualquer coisa.
são esses tipos de figuras que protagonizam casos como o da Escola
Base e dos abjetos episódios envolvendo o ex-ministro Alcenir Guerra e o
ex-parlamentar Ibsen Pinheiro, só para ficar nos casos mais
estrondosos.
pequenos erros, diriam, um lapso.
enquanto isso, Cunha segue livre. ninguém o entrevista apontando-lhe o
dedo, todos querem ouvir suas desculpas, esforçam-se até para crer
nelas.
mesmo quando ele diz que é um grande fornecedor de carne moída.
há jornalistas que acham suas respostas engraçadas. enquanto isso,
usam a máquina de moer gente para perseguir os adversários de seus
patrões.
o que dirão ativistas midiotizados como Vitor Belfort ao abrirem o
Globo de hoje e se depararem com esse jardim de flores murchas.
palavra da salvação.
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