247 - A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta
terça-feira (17), após reunião com os governadores de Minas Gerais e
Espírito Santo, que será lançado um Plano de Recuperação do Rio Doce, em
conjunto com os dois estados atingidos pelo rompimento da barragem da
Samarco, de propriedade da Vale e da BHP. Segundo Dilma, a
Advocacia-Geral da União e as procuradorias de MG e do ES vão se reunir
nesta quarta (18) para verificar as questões “legais” desse projeto.
“Não estamos descuidando às questões da revitalização, retorno à vida
do Rio Doce. O Rio Doce é responsável pela vida humana, animal, que
ocorre numa região importante do Brasil. Então, nós temos agora um
posicionamento muito claro. Vamos olhar um plano de recuperação do Rio
Doce. Falamos recuperação, inclusive, tornando-o melhor do que estava
antes. Revitalizando as nascentes, a mata ciliar”, disse a presidente.
"Essa é uma questão que é muito importante. A partir daí podemos dar
exemplo de ação federativa no sentido da recuperação de uma das mais
importantes bacias hidrográficas", ressaltou.
A presidente também afirmou que o governo está atento também com as
"questões emergenciais" decorrentes da enxurrada de lama provocada pelo
rompimento da barragem. "Estamos muito preocupados também com o
atendimento emergencial. Tem populações com perdas humanas. Teve impacto
urbano em Mariana. Dois distritos foram muito atingidos, Bento
Rodrigues e Paracatu. Esses dois, partes das cidades desapareceram. Esse
atendimento emergencial não deve deixar que descuidemos da visão de
como as coisas se darão do ponto de vista legal", frisou.
A presidente Dilma Rousseff também afirmou que parte dos custos da
recuperação do rio será da empresa dona da barragem que se rompeu. Ela
não soube, porém, precisar o percentual. “Obviamente tem uma parte que é
responsabilidade da empresa e uma parte que precisa ser recuperado o
rio. Uma série de processos levaram a essa situação. A recuperação do
rio é algo que temos que tornar uma questão objetiva e concreta, porque é
a única forma que temos como responder à população de forma positiva”,
disse Dilma.
“Se houve esse desastre, perdemos vidas humanas, o que temos de fazer
é dar um exemplo, recuperar esse rio. E revitalizá-lo no sentido de
torna-lo o rio que era antes de nós humanos termos chegado ali. Uma
parte que é muito expressiva terá que ser feito por ressarcimento de
responsabilidade da empresa”, completou a presidente.
Ela negou ainda que o governo tenha qualquer responsabilidade pelo
rompimento da barragem. "Nossa responsabilidade nós cumprimos toda. O
governo federal cumpriu todas as fiscalizações que nos cabem", afirmou.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel descartou novo
risco de rompimento. "O monitoramento das barragens está sendo feito
diariamente. Está sendo feito um trabalho de rebocamento. Vai ser
colocado no total 500 mil metros cúbicos de pedras. Evidentemente, a
situação ainda é de emergência na região, mas não há nenhum risco
imediato", declarou.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a recuperação do Rio Doce poderá levar pelo menos 10 anos.
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