247-Há mais de um ano, o PSDB, partido de
direita e de oposição sistemática aos governos trabalhistas de Lula e
Dilma, alia-se ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha
(PMDB/RJ), considerado o principal conspirador pelo impeachment da
presidente Dilma Rousseff, juntamente com o senador Aécio Neves
(PSDB/MG), tucano derrotado pelo PT à Presidência da República, e,
irremediavelmente, inconformado com tão "inesperada" derrota.
A verdade é que Aécio Neves está até agora transtornado por não ter
sido eleito presidente, ao ponto de ser o pior perdedor de uma eleição
presidencial na história da República. Faz mais de um ano que o político
mineiro e morador do Rio de Janeiro há décadas está a incomodar o
processo político, a democracia e a estabilidade institucional do País.
Aécio, terminantemente, igual a um menino resmungão, cheio de manias e
vontades, além de mau perdedor, não consegue encerrar o assunto de sua
derrota e dar sequência à sua vida política, que, se ele estivesse
mentalmente lúcido, neste momento estaria a fazer uma oposição pontual,
assertiva e voltada para, no futuro, ser indicado novamente candidato a
presidente pelo PSDB.
Entretanto, não é isto o que acontece. O neto de Tancredo Neves
resolveu chutar o pau da barraca e agora trilha por veredas tortuosas e
antidemocráticas, a fim de impedir o mandato de Dilma Rousseff, mesmo a
ser a presidente uma política e autoridade que não incorreu em crimes
comuns, bem como em crimes de responsabilidades.
Pelo contrário, seu Governo tem enfrentado enormes dificuldades para
restabelecer a confiança de empreendedores e investidores, bem como
enfrenta um consórcio poderoso de direita que aposta, diuturnamente, no
quanto melhor, pior. Grupos conservadores e de perfis fascistas, que se
aliaram para derrubar a mandatária petista, porque não aceitam a
democratização da sociedade, que acontece pela transferência de renda,
distribuição de riquezas, igualdade de oportunidades e combate às
desigualdades regionais. São fatores que, concretizados, transformam-se
em justiça social.
Contudo, essas questões não importam ao consórcio direitista e
defensor dos interesses da casa grande. Grupos reacionários que apostam,
dia a dia, no retrocesso político e econômico, a tentar paralisar as
ações governamentais, que se traduzem nos programas de inclusão social,
de transferência de renda e nos projetos de obras de infraestrutura, que
acontecem em todo o Brasil. Utilizam-se de investigações da PF, de
denúncias do MP e de resoluções da Justiça para, juntamente com a
imprensa empresarial, fazer oposição ao Governo Trabalhista da forma
mais violenta possível, porque o propósito é derrubar a presidente
constitucionalmente eleita pelo povo brasileiro.
Agora, o PSDB, por intermédio do deputado Carlos Sampaio (PSDB/SP),
um dos principais conspiradores e golpistas deste País, resolve, por
intermédio de uma nota mequetrefe e rastaquera, de conteúdo que chega às
raias do deboche, da hipocrisia e do cinismo, divulgar que a tucanada,
"de forma ainda mais veemente", reitera o pedido de afastamento do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que hoje não passa de um cadáver
político, e somente quem ainda não sabe disso é o próprio Cunha.
Então, tá... Para o PSDB, o aliado acusado de corrupção, com provas
retumbantes, somente agora não convenceu em suas explicações sobre ter
contas secretas na Suíça sem, contudo, declará-las ao Fisco. Há meses o
presidente da Câmara está a ser pressionado, não somente por
parlamentares e partidos no Congresso, mas também pela sociedade civil. E
os tucanos como sempre em cima do muro.
O PSDB e o deputado Carlos Sampaio, um radical de direita (certa vez
ele criticou e ameaçou, ridiculamente, recorrer à Justiça por Dilma
Rousseff usar roupa vermelha, porque lembra a cor do PT), diziam que
Eduardo Cunha merecia o benefício da dúvida, a não importar para os
tucanos a divulgação da assinatura e de documentos relativos às suas
contas no exterior.
Inacreditável, surreal, ao tempo que perigoso quando homens públicos,
titulares de mandatos concedidos pelo povo, podem chegar, deixam de se
preocupar com o País, pois o que interesse é apenas o golpe contra a
presidente Dilma, e colocar no lugar dela um tucano neoliberal, que não
tem projeto de País e programas de Governo, porque simplesmente se
recusa a pensar o Brasil, como sempre fizeram os representantes da casa
grande no decorrer de 515 anos de existência do Brasil.
Sampaio veio com esta pérola do cinismo e do despropósito: "Ele não
se explicou, não convenceu a bancada do PSDB nem o País, fez alegações
soltas, sem o necessário respaldo e provas". Quem o ouve e o vê pensa
que é sério... A verdade, nua e crua, é que Cunha foi descartado,
literalmente jogado para o espaço, porque não serve mais como uma peça
importante para derrubar uma presidente legalmente eleita.
Essa gente, sem eira nem beira, não se cansa de desvalorizar e
ridicularizar o Brasil, na comunidade internacional, se possível por
meio de um golpe à moda paraguaia, como se o País de 210 milhões de
habitantes e a sétima maior economia do mundo fosse uma republiqueta das
bananas. É o fim picada essa "elite" golpista, colonizada, provinciana e
com baixa estima. Quem pertence ao terceiro mundo são os inquilinos da
casa grande, que, medíocres e gananciosos, construíram um País para
poucos, e não o povo brasileiro, que sempre quis e quer ser emancipado e
independente. Ponto.
O blá, blá, blá cheio de penas continua. De acordo com a tucanada, a
decisão de empalar seu antigo aliado de conspirações é por questões
"éticas". Neste momento foi difícil segurar a risada, ou melhor, a
gargalhada. Se tem uma coisa que o PSDB não está nem aí se traduz em
"questão ética". Onde está a ética em não aceitar a derrota eleitoral e
tentar, sistematicamente, há mais de um ano efetivar um golpe contra
Dilma Rousseff? Cadê a questão ética, quando se percebe que a verdade é
que o Cunha se transformou em um morto-vivo no poder, cuja companhia se
tornou inviável, inclusive a causar constrangimentos.
Até, então, saliento, que o PSDB, nas pessoas de Aécio Neves, Carlos
Sampaio e Cássio Cunha Lima, com a cooperação de golpistas de outros
partidos, como o Paulinho da Força e Agripino Maia, sempre protegeram
Eduardo Cunha. Quanto a isto não restam dúvidas. Entretanto, lembro e
ressalto, que o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vai votar o
processo de cassação do político que tem contas ilegais e não declaradas
na Suíça, afinal ele é acusado de corrupção. A pergunta que fica no ar é
esta: "Os tucanos, apesar das declarações e da nota que asseveram o
afastamento do PSDB de Eduardo Cunha, vão votar pela cassação de seu
aliado para o golpe do impeachment?"
Não sei responder, porque de golpistas se poder esperar tudo, como
bem explicita a última linha do último parágrafo da nota do PSDB, que
considera "(...) uma causa nobre, como é o impeachment da presidente
Dilma Rousseff". Agora vamos à pergunta que não quer se calar: "Nobre
para quem, cara pálida?" Conspirar contra uma autoridade legalmente
constituída e que jamais cometeu crimes de responsabilidades é uma ação
nobre? Esta é a "ética" do PSDB do playboy inconformado e transtornado
das Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Cunha, você leva o PSDB de Aécio
Neves e Carlos Sampaio a sério? Durma-se com um barulho desses! É isso
aí.
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