Blog do Kennedy
Congresso mantém vetos presidenciais a projetos da "pauta-bomba"
A
manutenção de vetos presidenciais a projetos que aumentam gastos
públicos foi uma vitória importante do governo Dilma. É resultado de uma
reorganização da base do governo após a reforma ministerial que levou
Jaques Wagner para a Casa Civil e Ricardo Berzoini para a articulação
política.
O governo distribuiu cargos e verbas a aliados e conseguiu recuperar algum apoio em sua base parlamentar, que estava esfacelada.
O
lobby dos servidores do Poder Judiciário foi muito ativo nos últimos
meses. Pressionou bastante, sobretudo os deputados. Por uma diferença de
apenas seis votos, o governo manteve o veto da presidente Dilma
Rousseff a um reajuste médio de 59,5% aos servidores do Judiciário. Dá
para falar em vitória, sim.
Mas é uma vitória apertada, que mostra que ainda existem dificuldades para aprovar projetos que exigem quórum mais alto.
Revela
algo fundamental: o governo tem grande dependência do presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Se o veto ao reajuste do Judiciário
tivesse sido derrubado pelos deputados, caberia ao senadores mantê-lo.
Está
em curso uma retomada de consciência de deputados e, sobretudo, de
senadores de que a irresponsabilidade fiscal do Congresso estava levando
o país para o abismo.
Nesta
quarta, haverá votação de novos vetos, que deverão ser mantidos,
enterrando mais projetos da chamada “pauta-bomba” que foram aprovados
pela mistura da fraqueza do governo Dilma com a irresponsabilidade
fiscal do Congresso, incluindo a oposição, que votou contra medidas que
apoiou no passado, quando estava no poder.
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