Texto de Fernando Brito no Tijolaço
Impressionante a inversão dos fatos de que é capaz a imprensa brasileira.
Quem lê o “Estadão” hoje – Por Dilma, Lula aciona PT em busca de acordo para salvar mandato de Cunha – fica com a impressão que foi Lula, e não o alto comando da oposição que se deixou fotografar à saída da casa de Eduardo Cunha, logo após a divulgação de uma nota em que se “exigia” seu afastamento da presidência da Câmara.
Que não cabe a Dilma, como Presidente da República, nem a Lula, como seu melhor articulador político, fantasiarem-se de “cara-pintada” e aparecer no Facebook segurando cartãozinho com #ForaCunha, só um primário pode discordar.
Mas daí a jogar sobre ambos a ideia de que querem “salvar Cunha” é de primarismo igual ou pior.
Primeiro, porque ele é um produto da oposição de direita e da mídia – estarei, de novo, sendo pleonástico? – que o entronizaram como maior ferramenta de desestabilização do Governo.
Deram-lhe os votos para chegar ao posto que ocupa, toleram-lhe – para usar a expressão de FHC – as “trapalhadas” mais que conhecidas, aliaram-se à sua pauta medieval que, por pouco não nos leva de volta à era das fogueiras em praças públicas.
Cunha, seu apetite e sua megalomania foram como o Collor de 1989, um homem em si insignificante mas muito significativo como ferramenta para deter a possibilidade de um governo de esquerda no pós ditadura, depois do fracasso de José Sarney.
Agora, sangrado pelos fatos que, embora não exatamente como, todos sabiam existir nas penumbras de sua vida de aventureiro, e arruinada a sua capacidade de, com um mínimo de credibilidade, colocar em marcha o impedimento de Dilma, a direita quer se livrar dele, embora alguns dos “taradinhos do impeachment” (expressão genial de Janio de Freitas) ainda se agarrem à esperança de que o faça.
Cunha sabe – e dizer-lhe é atitude legítima que Lula, Dilma ou qualquer um pode ter – que, se o fizer, torna-se bananeira que já deu cacho e, ato contínuo, cairá.
E cairá. Tudo do que se trata é de quando e como cairá.
A mídia, muito mais esperta que os Carlos Sampaio e Mendonça Filho, apenas líderes de matilha política, ensaia sua prestidigitação e tenta atirar Cunha ao colo de Lula, de Dilma e do PT.
Quer, no fundo, que a meia-dúzia de tolos tenham um comportamento infantil de achar que eles deveriam, institucionalmente, avançar sobre o moribundo que já não serve aos propósitos golpistas, salvo se, num último esgar, ainda use os dentes que lhe sobram.
E que não se tenha habilidade de deixar Cunha morrer pelos atos que praticou no colo da direita que o adotou.
Quem lê o “Estadão” hoje – Por Dilma, Lula aciona PT em busca de acordo para salvar mandato de Cunha – fica com a impressão que foi Lula, e não o alto comando da oposição que se deixou fotografar à saída da casa de Eduardo Cunha, logo após a divulgação de uma nota em que se “exigia” seu afastamento da presidência da Câmara.
Que não cabe a Dilma, como Presidente da República, nem a Lula, como seu melhor articulador político, fantasiarem-se de “cara-pintada” e aparecer no Facebook segurando cartãozinho com #ForaCunha, só um primário pode discordar.
Mas daí a jogar sobre ambos a ideia de que querem “salvar Cunha” é de primarismo igual ou pior.
Primeiro, porque ele é um produto da oposição de direita e da mídia – estarei, de novo, sendo pleonástico? – que o entronizaram como maior ferramenta de desestabilização do Governo.
Deram-lhe os votos para chegar ao posto que ocupa, toleram-lhe – para usar a expressão de FHC – as “trapalhadas” mais que conhecidas, aliaram-se à sua pauta medieval que, por pouco não nos leva de volta à era das fogueiras em praças públicas.
Cunha, seu apetite e sua megalomania foram como o Collor de 1989, um homem em si insignificante mas muito significativo como ferramenta para deter a possibilidade de um governo de esquerda no pós ditadura, depois do fracasso de José Sarney.
Agora, sangrado pelos fatos que, embora não exatamente como, todos sabiam existir nas penumbras de sua vida de aventureiro, e arruinada a sua capacidade de, com um mínimo de credibilidade, colocar em marcha o impedimento de Dilma, a direita quer se livrar dele, embora alguns dos “taradinhos do impeachment” (expressão genial de Janio de Freitas) ainda se agarrem à esperança de que o faça.
Cunha sabe – e dizer-lhe é atitude legítima que Lula, Dilma ou qualquer um pode ter – que, se o fizer, torna-se bananeira que já deu cacho e, ato contínuo, cairá.
E cairá. Tudo do que se trata é de quando e como cairá.
A mídia, muito mais esperta que os Carlos Sampaio e Mendonça Filho, apenas líderes de matilha política, ensaia sua prestidigitação e tenta atirar Cunha ao colo de Lula, de Dilma e do PT.
Quer, no fundo, que a meia-dúzia de tolos tenham um comportamento infantil de achar que eles deveriam, institucionalmente, avançar sobre o moribundo que já não serve aos propósitos golpistas, salvo se, num último esgar, ainda use os dentes que lhe sobram.
E que não se tenha habilidade de deixar Cunha morrer pelos atos que praticou no colo da direita que o adotou.
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