Por Fernando Brito · no Tijolaço-
É estranha a noção de justiça do Deputado (e promotor) Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara.
Disse que, de fato, Eduardo Cunha deve explicações, mas tem o “benefício da dúvida” em relação às quatro contas em que os promotores da Suíça encontraram seu nome como beneficiário, bloquearam e mandaram a documentação ao Brasil.
Nenhuma dúvida que tem o benefício que o mesmo Carlos Sampaio não
concede à Presidenta da República, já condenada por ele ao impeachment
por….por que, mesmo? Nada, porque, não há qualquer denúncia de crime
contra ela, como há contra o Presidente da Câmara.
E Cunha tem todo o direito de esclarecer o assunto, pedindo que a
Procuradoria torne públicos os documentos que recbeu, até porque estes
não vazam como manteiga derretida para os “amigos” dos promotores na
mídia.
Basta que os documentos não existam ou não o mencionem, ou à sua
mulher e filha, para que tudo se esclareça e fique provado que ele não
fraudou o Fisco, o TSE, a Câmara e a boa-fé pública ao declarar que não
tinha recursos bancários senão os R$ 21 mil que declarou ao ser
candidato e ao tomar posse como deputado.
Simples assim, até porque qualquer pessoa que tenha US$ 5 milhões depositados por empresas offshore em seu benefício deve saber disso e o porquê disso.
O deputado Sampaio, se não fosse cínico, poderia subir à tribuna da Câmara e perguntar diretamente a ele:
– Presidente Eduardo Cunha, o senhor tem depósitos a seu favor na Suíça? Sim ou não?
Será que é difícil responder a essa pergunta?
Mas o que diz ele?
“Enquanto não houver informações adequadas que comprovem o
envolvimento de Cunha, o PSDB vai manter sua posição de apoio ao
presidente da casa”.
Será que o “valentão” que, em abril deste ano, dava “broncas” até em Aécio Neves e dizia que
“ela (a Câmara, sob a presidência de Cunha) tem que tomar uma decisão e
a decisão já foi tomada: o impeachment é cabível e não temos que
aguardar mais nenhum parecer”, afina quando fala dos seus amigos? Vira um poltrão?
Agora tem de aguardar, não é, Sampaio?
Aguardar o quê, que alguém que tem contra si acusações e – a menos
que os procuradores suíços sejam “petistas” que inventaram a história –
provas de enriquecimento ilícito, evasão de divisas, falsa declaração e
mais um lote de casinhas no Código Penal decida que o voto popular não
vale mais?
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