Eduardo Maretti – Rede Brasil Atual
A
decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou a
inconstitucionalidade da doação de pessoas jurídicas a partidos
políticos e campanhas eleitorais é irreversível e já está em vigor.
Portanto, será regra nas eleições municipais de 2016. Mais do que isso,
é posição manifesta, após a conclusão do julgamento, por dois ministros
do STF, o presidente Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.
O
presidente do Supremo foi enfático ao se pronunciar ontem (18), um dia
após a conclusão do julgamento, em evento de lançamento do projeto de
audiências de custódia no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
“Diria que a grande parte dos princípios aos quais o Supremo Tribunal Federal se referiu, ao tomar esta decisão (de proibir as doações por empresas),
se constituem em cláusulas pétreas”, disse. “E já há, inclusive,
precedente em que o Supremo considerou inconstitucionais emendas
constitucionais quando elas conflitam com as cláusulas pétreas, que são
imutáveis, não podem ser alteradas pelos constituintes derivados”, disse
Lewandowski.
Segundo
definição do Senado, cláusula pétrea é um “dispositivo constitucional
que não pode ser alterado nem mesmo por Proposta de Emenda à
Constituição”. Entre as cláusulas pétreas estão os direitos e garantias
individuais.
"Questão encerrada"
O
presidente do STF negou cabalmente a dúvida levantada por Eduardo Cunha
sobre a decisão do Supremo vigorar ou não nas eleições do ano que vem.
“Entendo que a decisão (do STF) foi extremamente clara e ao proclamar o
resultado deixei explícito que as normas valerão já para as próximas
eleições”, esclareceu. “Para o Supremo Tribunal Federal, essa questão
está encerrada.” Lewandowski observou ainda que "foi por uma maioria
expressiva que se pronunciou contra o financiamento de campanhas por
empresas
O
ministro Marco Aurélio foi igualmente enfático. “Nós concluímos pela
inconstitucionalidade das contribuições de empresas a partir do texto
original da Carta de 1988. Vale dizer: se vier algo dispondo em sentido
diverso da proclamação feita pelo Supremo hoje (dia 17), será conflitante.”
O
ministro acrescentou: “Levou-se em conta um princípio básico: é o povo
que deve estar representado, não este ou aquele setor econômico”.
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