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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Lula: ‘Só imprensa cega criminaliza a diplomacia’

247 – Acusado de ter atuado em favor da Odebrecht junto ao presidente da Namíbia em 2009, o ex-presidente Lula rebateu, por meio da assessoria de imprensa do instituto que leva seu nome, os jornais que noticiaram o caso criminalizando o gesto do ex-presidente.
"PR fez lobby" eram os títulos das reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo nesta terça-feira, uma frase que teria sido escrita pelo ex-ministro do Desenvolvimento durante o governo Lula, Miguel Jorge, em um e-mail enviado a dois executivos da Odebrecht.
A declaração fazia referência a um encontro entre Lula e Hifikepunye Pohamba, então presidente do país africano, recebido no Itamaraty para um almoço em fevereiro daquele ano. O e-mail foi apreendido durante a fase Erga Omnes, da Operação Lava Jato, e, segundo a Polícia Federal, a frase faz "provável referência" a Lula.
Em nota, a assessoria do ex-presidente afirmou: "Em seus dois mandatos, Lula chefiou 84 delegações de empresários brasileiros em viagens por todos os continentes. A diplomacia presidencial contribuiu para aumentar as exportações brasileiras de produtos e serviços, que passaram de US$ 50 bilhões para quase US$ 200 bilhões, e isso representou a criação de milhões de novos empregos no Brasil."
O texto prossegue, com críticas à mídia: "Só uma imprensa cega de preconceito e partidarismo poderia tentar criminalizar um ex-presidente por ter trabalhado por seu país e seu povo." Para a assessoria do Instituto Lula, "há uma repetitiva, sistemática e reprovável tentativa de alguns órgãos de imprensa e grupos políticos de tentar criminalizar a atuação lícita, ética e patriótica do ex-presidente na defesa dos interesses nacionais, atuação que resultou em um governo de grandes avanços sociais e econômicos, com índices recorde de aprovação."
"Temos a absoluta certeza da legalidade e lisura da conduta do ex-presidente Lula, antes, durante e depois do exercício da Presidência do país, e da sua atuação pautada pelo interesse nacional", conclui o texto.
Ao comentar o caso ontem, o ex-ministro Miguel Jorge defendeu que fazer lobby para as empresas do país é papel dos chefes de Estado e ministros. "A primeira visita da rainha da Inglaterra ao Brasil nos anos 70 foi especificamente para vender aviões ingleses, de uma empresa que depois foi uma das que formaram a Airbus. Acho que esse é o papel dos governantes, de realmente se esforçarem para ter um comércio exterior maior para os seus países", lembrou.

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