Tales Faria
O
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou hoje que a
presidente Dilma Rousseff reconduzirá Rodrigo Janot ao cargo de
procurador-geral da República por mais dois anos. Dilma recebeu Janot e
Cardozo no Palácio da Alvorada. Para ser confirmado no cargo, o
procurador-geral precisa ainda ter seu nome aprovado pelo Senado.
Cardozo
disse que Dilma sempre teve uma “postura de respeito à autonomia do
Ministério Público” e que, por isso, está indicando o nome que obteve
maior aprovação pela categoria. Em eleição realizada na última
quarta-feira, Janot conquistou 799 votos contra 462 do segundo colocado.
Assim
que chegar no Senado, na segunda-feira, a indicação para recondução do
procurador-geral, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
pretende imprimir rito sumário à sua aprovação pelos senadores.
Renan
tem sido apontado como um dos envolvidos na Operação Lava Jato, depois
que um dos delatores, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo
Roberto, afirmou que negociava propinas com “um representante do
senador”, que seria o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). Renan nega que
Aníbal o representasse. E diz que não teme nem impedirá a recondução de
Janot. “A indicação é da presidente e não me envolverá pessoalmente. Não amesquinharei o cargo de presidente do Congresso”, afirma.
Segundo
o presidente do Senado, tão logo Dilma envie o nome ao Congresso, o que
ocorrerá na segunda-feira, ele o despachará para análise da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), esta sim ficando encarrega de marcar a
sabatina.
E
Renan acrescenta: “Vou combinar com os líderes para apreciarmos em
Plenário a aprovação do nome, no mesmo dia que sair da CCJ.”
O
único que até agora tem falado publicamente contra Janot é o senador
ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Na sua última manifestação na tribuna contra Janot, Collor xingou o procurador de “filho da puta”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário