Do blog conversa afiada
O sistema político induz ao crime
Neste sábado (18), durante palestra em Harvard, o
ministro do Supremo Tribunal (STF) Luis Roberto Barroso afirmou que o
sistema penal brasileiro não é republicano.
“É muito mais fácil
prender um menino com 100 gramas de maconha do que alguém que comete uma
fraude de um milhão”, comentou Barroso, de acordo com o twitter do site de informações jurídicas Jotainfo, que faz a cobertura.
“O
sistema (penal) foi feito assim. Nós precisamos desmontar um sistema
que não é republicano”, continuou o ministro, que usou o julgamento da
AP 470, conhecida como Mensalão do PT, como exemplo.
Na
conferência sobre os 30 anos de democracia no Brasil, lembrou Barroso:
“Quando chegou no crime de quadrilha/bando, havia desejo popular pela
condenação de um dos suspeitos. Tome o exemplo do José Dirceu. Fui
estudar e vi que o crime estava inequivocamente prescrito”, discursou.
“Pensei ‘não vou fazer a coisa incorreta para provar que sou honesto. Ninguém imagina o que passei por votar assim”, revelou.
“Temos
que fazer o correto quando ninguém está olhando e também quando todos
estão olhando e querendo que se faça o errado”, aconselhou Barroso.
“Esse é o preço que a gente vai pagar para mudar de patamar no processo civilizatório”, declarou o ministro.
Segundo
o ministro, dos 30 anos de democracia, “os legados positivos são o
respeito à ordem constitucional, estabilidade institucional,
estabilidade da economia e da inclusão social”.
Para ele, os
legados negativos são “a excessiva constitucionalização, que instabiliza
o texto constitucional, e deficiências do sistema político”.
“Nós temos um sistema politico que induz à criminalidade”, opinou.
“A
crise de hoje é uma boa crise, de um país que está ficando mais maduro.
De um povo que tem mais demandas, por melhores serviços mais
transparência. Mas não podemos olhar só para o governo, precisamos
também de uma autotransformação”, recomendou
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