No vazio político, ressurge Joaquim, pedindo passagem
Com a presidente Dilma Rousseff descansando numa praia da Bahia e o Congresso Nacional em recesso carnavalesco de 12 dias, o vazio político destes dias de sassaricos tinha que ser ocupado por alguém, como costuma acontecer.
Com a presidente Dilma Rousseff descansando numa praia da Bahia e o Congresso Nacional em recesso carnavalesco de 12 dias, o vazio político destes dias de sassaricos tinha que ser ocupado por alguém, como costuma acontecer.
Do nada, ressurgiu Joaquim Barbosa, o ex-presidente do Supremo
Tribunal Federal, que deixou o conforto da sua aposentadoria precoce e
do belo apartamento de Miami para aparecer como convidado especial,
entre outras celebridades, no camarote montado pelo jornal O Globo no
sambódromo da Marques de Sapucaí.
Depois de viver seus dias de glória e rapapés na mídia nativa durante
o julgamento do mensalão, Joaquim andava sumido do noticiário. Para
voltar aos holofotes, aproveitou o Carnaval, e começou a disparar
mensagens no twitter, tendo como alvo o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardoso, aquele que só pensa em ocupar a sua vaga aberta
no STF.
"Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a
presidente Dilma Rousseff demita imediatamente o ministro da Justiça",
disparou, em meio à folia, referindo-se aos encontros que Cardoso
manteve com advogados dos envolvidos na Operação Lava Jato.
Nós quem, cara pálida? Quem o nomeou para falar em nome dos
"brasileiros honestos" e se dirigir desta forma à presidente da
República?
Empolgado com a repercussão, Joaquim voltou a atacar na madrugada de
terça: "Se você é advogado num processo criminal e entende que a polícia
cometeu excessos/deslizes, você recorre ao juiz. Nunca a políticos! Os
que recorrem à política para resolver problemas na esfera judicial não
buscam a Justiça. Buscam corrompe-la. É tão simples assim".
Nem tanto. Como era de se esperar, alguns dos mais renomados
advogados e juristas brasileiros reagiram indignados à lição de moral
dada pelo ex-presidente do STF, sem ninguém lhe pedir, e a OAB divulgou
uma nota de repúdio, assinada pelo seu presidente, Marcus Vinícius
Furtado Coelho:
"O advogado possui o direito de ser recebido por autoridades de
quaisquer dos poderes para tratar de assuntos relativos à defesa do
interesse dos seus clientes. Essa prerrogativa do advogado é essencial
para o exercício do amplo direito de defesa. Não é possível criminalizar
o exercício da profissão".
Nesta quarta-feira, o ministro Cardoso também resolveu reagir aos
ataques de Barbosa. Em entrevista à Folha, chamou o ministro aposentado
de autoritário:
"O ministro Joaquim Barbosa tem o direito de falar o que bem entende.
Não vou polemizar. O que vou dizer é que as pessoas que têm mentalidade
autoritária de criminalizar o exercício da advocacia não percebem que
vivem num Estado de direito (...) Talvez para alguns nem devessem
existir contraditório, ampla defesa e advogados no mundo. Talvez
preferissem o linchamento".
Também defendo, claro, todo o direito de Barbosa se manifestar sobre
qualquer assunto, quando e como bem entender. Recomenda-se, porém, a um
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, pelo simbolismo do cargo, que
mantenha um mínimo de recato, respeito e responsabilidade ao se dirigir
à presidente eleita, a um ministro de Estado ou ao conjunto de uma
categoria profissional que exerce papel fundamental nas democracias.
O que quer, afinal, Joaquim Barbosa?
Se foi para derrubar o ministro da Justiça, perdeu. Com sua
"exigência", apenas reforçou a permanência de Cardoso no cargo, pois
sabemos que a presidente Dilma não é de ceder a pressões, ao contrário,
ainda mais vindas de alguém que hoje não tem procuração para falar em
nome de nenhum setor representativo da sociedade.
Para consegui-lo, Joaquim teria que entrar num partido político,
candidatar-se a algum cargo público e submeter-se ao voto, como parece
ser seu objetivo, ao não se conformar com o esquecimento
pós-aposentadoria. Fora disso, só se estiver disposto a pedir passagem
para vestir a fantasia do "salvador da pátria", acima dos partidos e da
legislação vigente, que muitos andam procurando como atalho para voltar
ao poder
Ricardo Koscho é lacio de LULLA e não tem representatividade alguma,eu parabenizo o ex-ministro Joaquim e digo:vc me representa sim!
ResponderExcluir