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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

'Moro dita agenda nacional na República de Curitiba'

247 – O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, tem "ditado a agenda nacional" da "República de Curitiba", afirma a jornalista Tereza Cruvinel em novo artigo publicado em seu blog no 247. Ela destaca as declarações feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, que se disse impressionado com o fato de a prisão ter passado a ser regra e a liberdade, exceção entre os acusados no Judiciário brasileiro.
"Ele, que foi um duro algoz de petistas no julgamento da ação penal 470, do chamado mensalão, declarou-se impressionado com a condução coercitiva de um acusado que não resistir a prestar depoimento, como aconteceu com Vaccari Neto", pontua a colunista, que cobra a Ordem dos Advogados do Brasil. "E a OAB, tão zelosa pelo Estado de Direito no passado, onde anda que não dá uma palavra sobre as coisas que espantam Marco Aurélio Mello e os que ainda têm consciência jurídica?"
Em Curitiba, mais de uma dezena de executivos e empresários enfrentam condições de prisão medievais e são submetidos a uma brutal pressão psicológica para que façam os acordos de delação premiada e produzam as informações que estão sendo buscadas. Agora que o corrupto desde 1997 Pedro Barusco declarou que o PT embolsou de 150 a 200 milhões de dólares derivados do esquema de propinas, o que Curitiba busca são revelações que incriminem o ex-presidente Lula e envolvam a presidente Dilma, criando bases ou para seu impeachment ou para a prolongada fritura de seu governo.
Depois de descrever situações precárias nas prisões da capital paranaense, onde estão presos preventivamente os réus da Lava Jato, "por um período maior que o devido, para que produzam delações premiadas", a jornalista ressalta: "É impressionante que nenhum grande veículo de imprensa tenha procurado saber o que se passa nas masmorras de Curitiba".
Por fim, ela faz um alerta sobre seu próprio posicionamento: "Falar dos abusos da República de Curitiba não é compactuar com a corrupção ou pedir impunidade para os corruptos, como dirá logo um apressado da Internet. Abaixo a corrupção, mas abaixo também as violações do Estado de Direito, uma palavra de ordem das lutas democráticas no tempo da ditadura, que devia continuar tendo o mesmo valor".
Leia aqui a íntegra do texto.

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