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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Dilma merece aplausos sobre Venezuela

247 - O jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi e colunista do 247, elogiou o distanciamento da presidente Dilma Rousseff em relação à crise política venezuelana, que viveu um novo capítulo na semana passada, com a prisão de Antonio Ledezma, prefeito de Caracas.
"Nos últimos dias, múltiplas vozes, da oposição de direita ao presidente da Câmara dos Deputados, da velha mídia a intelectuais de aluguel, exigem que o governo brasileiro condene a prisão de Antonio Ledezma, prefeito de Caracas. Os argumentos que esgrimem, em geral, ferem a verdade dos fatos", diz ele.
Segundo Altman, a prisão seguiu os ritos legais. "Os procuradores Katherine Harington, Yeison Moreno e José Orta apresentaram denúncia e pediram a detenção do prócer oposicionista seguindo todos os trâmites constitucionais. Golpista de primeira hora em 2002, quando a direita tentou derrubar Chávez, Ledezma foi denunciado por um dos oficiais acusados pelos protestos violentos do ano passado", afirma. "A propósito, a mesma imprensa que celebra as prisões determinadas pelo juiz Sergio Moro como instrumento para arrancar delações premiadas na Operação Lava Jato, agora trata de impugnar a confissão do coronel José Arocha Pérez, pois teria sido obtida enquanto estava preso."
Ele lembra, ainda, o movimento norte-americano para desestabilizar a América Latina. "Não há dúvidas a respeito: isolar e derrotar o governo venezuelano é a bola da vez na estratégia norte-americana para recuperar hegemonia na América Latina. Outras administrações também são alvos de operações desestabilizadoras – como é o caso da Argentina e, em certa medida, também o do Brasil. Mas sobre Caracas é a ofensiva mais relevante", afirma. "Não se trata apenas de disputa pelo controle das riquezas naturais, especialmente o petróleo e o gás. O tema primordial é geopolítico. De todas experiências progressistas desse início de século, a mais antagonista ao capitalismo tem lugar na Venezuela, o que é suficiente para despertar temor e ódio entre os senhores do mundo. Apesar de seus graves problemas e dificuldades."

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