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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Dilma aceita jogar mais álcool na gasolina para evitar mais pressão sobre preço da gasolina

Do blog de jamildo 
A presidente da República, Dilma Rousseff, deve anunciar nesta terça-feira (03.02) o aumento do teor de álcool anidro na gasolina de 25% para 27%. A decisão foi fechada na manhã desta segunda-feira (02.02), numa reunião, em Brasília, na Casa Civil.
Participaram do encontro com o ministro-chefe Aloizio Mercadante representantes do setor sucroalcooleiro de todo o país, Petrobras, Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo).
A expectativa é que a medida entre em vigor no dia 16 de fevereiro, no caso da gasolina comum. A alteração da mistura na gasolina do tipo premium continuará em testes até meados de abril.
O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, analisa os impactos positivos da decisão.
“O Brasil produz atualmente cerca de 27,8 a 28 bilhões de litros por ano de etanol, dos quais 12 bilhões de álcool anidro e o restante de álcool hidratado para os veículos flex. O aumento da mistura vai melhorar a qualidade da gasolina, que se torna menos poluente”, analisa. “A medida também pode impedir uma maior intensidade de aumentos na gasolina, já que a elevação da mistura ocorrerá com o anidro que tem preços melhores do que a gasolina”, acrescenta.
Ele destaca que as regiões Nordeste e Norte produzem em torno de 2,2 bilhões de litros de etanol, sendo 1,4 bilhão de anidro.
Em Pernambuco, na safra atual, a estimativa do Sindaçúcar é de que o estado atinja 380 milhões de litros de etanol – ou até um pouco mais – dos quais 230 a 250 milhões de litros de anidro e 150 milhões de álcool hidratado.
“No país, estima-se que a elevação do percentual de etanol na gasolina aumentará o consumo de anidro em 8%, o que em volume de vendas vai representar cerca de 1 bilhão de litros adicionais de álcool anidro. Isso vai incentivar as usinas a migrarem ainda mais para a produção para o etanol em relação ao açúcar”, contabiliza Renato Cunha. Na safra 2014/2015, as usinas do Brasil já operam mais voltadas para o mercado de combustíveis. O mix é 56% da moagem da cana destinados ao etanol e 44% para o açúcar.

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