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domingo, 14 de dezembro de 2014

Lula quer gabinete no PT para gerir crises

Foto: Nelson Almeida / AFP
Foto: Nelson Almeida / AFP
Da FolhaPress
Preocupado com o reflexo dos desdobramentos da Operação Lava Jato no PT, o ex-presidente Lula articula com petistas um gabinete de crise para reforçar o comando da legenda a partir de 2015.
Ele quer uma espécie de grupo de notáveis para auxiliar o presidente da sigla, Rui Falcão, nos momentos em que este requisitar.
A atribuição inicial do grupo é enfrentar o impacto das denúncias de desvios envolvendo a Petrobras e sua ligação com o governo federal e dirigentes de partidos.
A avaliação é que parte da executiva nacional é “fraca”, integrada por alguns dirigentes sem expressão e, portanto, com poucas condições de ajudar a cúpula na fase mais dramática do partido desde o escândalo do mensalão.
Para um ministro de Dilma Rousseff, o PT será o “governo paralelo” de Lula nos próximos quatro anos. Portanto, precisa se fortalecer para ter condições de disputar 2018, sendo ele candidato ou não.
O ex-presidente quer que petistas como o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, o ex-ministro Luiz Dulci, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva e o senador Humberto Costa (PE) integrem essa espécie de “executiva auxiliar”.
A ideia é criar um plano de reorganização do PT e resgatar a interlocução com movimentos da base do partido.
Desde a eleição, o partido sentiu na carne a disseminação da imagem de corrupto. O desgaste não impediu a reeleição de Dilma, mas levou Rui Falcão a encomendar uma pesquisa para identificar a origem desse sentimento e tentar desmobilizá-lo.
No último encontro do PT, realizado no final de novembro no Ceará, correligionários relataram a Lula que a Executiva da sigla parecia fragilizada, com poucos quadros capazes de ajudar Falcão a reagir às denúncias.
O Palácio do Planalto também se queixa do silêncio de petistas quando a oposição acusa o governo de praticar ilícitos na Petrobras.
Dilma precisou escalar o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) como porta-voz para enfrentar as acusações vindas do Congresso, onde o Planalto conta com uma ampla base de sustentação.

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