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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Paisagem da oposição


Jânio de Freitas - Folha de S.Paulo
A construção de uma forte barragem opositora, anunciada pelo senador Aécio Neves em seu festivo retorno ao Senado, tem uma dificuldade para efetivar-se: oposição dá trabalho.  Desde a onda do mensalão, com a CPI, os governos Lula e Dilma não precisaram incomodar-se de fato com o PSDB, o DEM (o PFL travestido) e os comerciantes que às vezes lhes fizeram companhia. Mesmo na CPI do mensalão, os representantes desses partidos já recebiam tudo mastigado, cabendo-lhes apenas fazer o espetáculo.
De então para cá, os oposicionistas nem se deram ao trabalho de ser ao menos palavrosos. O PSDB deixou ao senador Álvaro Dias a tarefa de fazer uma declaração a cada ato do governo, mais ou menos a mesma sempre, e o DEM entregou a tarefa ao senador José Agripino Maia. Duas pessoas educadas, portanto impróprias para fazer pela oposição maior disfarce do que umas acusações ligeiras e vazias.
Há tempos as bancadas do PSDB e do DEM foram aqui chamadas de oposição preguiçosa. Não mudaram. Ambas deixaram que os meios de comunicação trabalhassem por elas, considerando suficiente --por comodismo ou incompetência-- dar algum eco ao novo padrão do jornalismo brasileiro, de mínimos rigores e noticiário com feições políticas indisfarçáveis. Mas o futuro desse sistema não levaria a boas paisagens.

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