Da Rede Brasil Atual
São Paulo – Neste
sábado à noite (14), o Twitter do jornalista da ESPN Brasil, José
Trajano, contava: “Só foi dizer que o Reinaldo Azevedo é semeador do
ódio que ele já fez dois posts me odiando e convocou sua trupe para me
xingar nas redes.”
As reações classificadas por Trajano
se iniciaram a partir da edição do programa Linha de Passe, da ESPN
Brasil, exibido na noite da última quinta-feira (12), quando o
jornalista criticou duramente os xingamentos dirigidos por uma parcela
elitizada do público presente na Arena Corinthians, em Itaquera, à
presidenta Dilma Rousseff (PT), na abertura da Copa do Mundo de futebol.
Desde então, o debate ganhou forma e conteúdo que se referem
diretamente a grupos que atuam tanto na mídia tradicional quanto aos que
espalham comentários de ódio nas redes sociais.
Também foi no Linha de Passe, na
sexta-feira (13), dia seguinte à abertura do torneio, que Trajano voltou
a tocar no assunto das vaias à presidenta e explicou os motivos de ter
fechado a conta que tinha na rede social Facebook. E deu nome aos
"bois". “Eu fechei minha conta do Facebook para não perder amizades,
assustado que estava com o pensamento protofascista de seguidores de
Reinaldo Azevedo, Olavo de Carvalho, Augusto Nunes e outros
semelhantes”, comentou o jornalista.
Sobre Reinaldo Azevedo – colunista
do site de Veja, do jornal Folha de São Paulo e apresentador da rádio
Jovem Pan – Trajano classificou como “gente que só semeia o ódio, a
inveja”, ao falar da repercussão da análise sobre o tratamento dado a
presidenta pela “plateia vip” no estádio.
Em uma avaliação da política
editorial adotada pela Veja, José Trajano foi contundente a respeito do
rebaixamento do debate político praticado na publicação. “As páginas da
Veja estão recheadas de insultos voltados a petistas ou esquerdistas:
canalha, ignorante, cretino, idiota, apedeuta, safado, cafajeste... E,
na falta de mais termos agressivos, inventam-se neologismos, como
petralha, para atacar quem está no polo ideológico oposto”, argumentou,
além de questionar “o padrão Veja de discussão política”, o que, na
opinião dele, “tomou conta de parte da sociedade brasileira.”
Não está sozinho
Entre as muitas pessoas que se
manifestaram contra os xingamentos a Dilma Rousseff, várias são
personalidades publicas, inclusive algumas que se colocam como
adversárias do PT no plano político-partidário.
O deputado federal Jean Wyllys
(Psol-RJ), no seu perfil no Facebook, publicou texto em que repudia o
episódio. “Senti vergonha por conta da vaia e do insulto à presidenta
Dilma no jogo de abertura da Copa do Mundo. Sim, a vergonha foi maior
porque a gente que puxou a vaia se considera "fina, culta e educada" e
vive chamando de "mal-educados, grosseiros e sem-modos" aqueles que não
têm a sua cor, a sua renda nem seus privilégios (inclusive o de poder de
adquirir o caríssimo ingresso para estar naquela arquibancada)”,
ressaltou.
Wyllys fez questão de destacar que
não concorda com os gastos realizados na Copa, mas criticou a oposição
política que parte para “a baixaria”. “Mal-educada, grosseira e sem-modo
é mesmo aquela gente que, pouco acostumada com a civilidade, não tem
senso de oportunidade nem sabe fazer oposição política sem resvalar para
a baixaria”, pontuou.
“Sim, presidenta Dilma, você tem a minha solidariedade. Sim, coragem grande é poder dizer sim”, finalizou o deputado.
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