Um software que permite aos
deficientes auditivos se comunicarem por meio de smartphones transformando
texto em voz e vice-versa é a aposta do Governo de Pernambuco para ampliar a
inclusão social dos portadores desse tipo de problema. O desenvolvimento do
projeto piloto, que vem sendo aperfeiçoado há dez meses, foi iniciado com a
distribuição de 621 smarthones dotados do sistema a jovens de todo o Estado.
Entrando em sua segunda fase de testes, o projeto, que está sob a
responsabilidade da Secretaria de Ciência e Tecnologia, ganhará um segundo
edital que ampliará o número de usuários do sistema. A nova chamada do Programa
Nambiquara Audição Digital, que prevê acesso ao software, desta vez sem a
distribuição dos aparelhos de telefonia e internet móvel, será lançado ainda
neste primeiro trimestre e tem como principal alvo os alunos das escolas
públicas e privadas. A iniciativa é uma ação conjunta do Governo do Estado,
Ministério da Ciência e Tecnologia e da empresa SofitexRecife.
O aplicativo, no entanto, já
está disponível gratuitamente no Google Play para os deficientes auditivos que
possuem smartphones com sistema operacional 2.2 ou superior. Para ter acesso ao
serviço, no entanto, aqueles que baixarem o aplicativo pela internet têm que se
cadastrar presencialmente na Secretaria de Ciência e Tecnologia, no Bairro do
Recife, para terem seus números incluídos no servidor que dá suporte ao uso do
software.
O superintendente de
Inovação Tecnológica da Secretaria de Ciência e Tecnologia, Alexandre Stamford,
disse que o aplicativo ainda está em fase de desenvolvimento e que o aumento no
número de usuários é importante para testar a capacidade do servidor e
solucionar possíveis problemas técnicos que posam ocorrer. “Por isso é
importante que tenhamos um número elevado de inscritos no Nambiquara e a partir
daí fazer os ajustes necessários na sua operacionalização, inclusive no sistema
de reconhecimento de palavras e expressões tipicamente locais”, afirmou.
Stamford explicou que o sistema
funciona com decodificação de mensagens de texto em mensagens de voz e vice-versa.
Ao ligar para uma pizzaria, por exemplo, a ligação será encaminhada para um
servidor, onde está rodando o software. É esse programa que vai interpretar
cada palavra da mensagem e substituí-la por arquivos de voz do seu banco de
dados e enviar essa mensagem de voz para o atendimento da pizzaria. Da mesma
maneira o atendente da pizzaria poderá responder a ligação e o software vai
fazer o caminho inverso, ou seja, interpretar as palavras do atendente e
codificando-as em mensagem de texto.
Durante a primeira etapa, 621 smartphones foram distribuídos a jovens de todas as regiões
do Estado, a partir da articulação feita pela Superintendência de Apoio à
Pessoa com Deficiência (Sead) junto a prefeituras, associações e conselhos
municipais de pessoas com deficiência, entre outras instituições, para que os
surdos participassem como voluntários. A Sead também participou da seleção dos
beneficiados e da capacitação deles para o uso da tecnologia. Na época, os alunos
de escola pública tiveram prioridade.
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