A
principal testemunha das investigações sobre o cartel dos trens disse à
Polícia Federal que tratou pessoalmente de propina com o atual
secretário de Desenvolvimento Econômico do governador Geraldo Alckmin
(PSDB), Rodrigo Garcia (DEM), e um interlocutor do secretário de
Energia, José Aníbal (PSDB).
As
afirmações constam de um depoimento prestado pelo ex-diretor da
multinacional alemã Siemens Everton Rheinheimer em novembro. Ele assinou
um acordo de delação premiada e colabora com as investigações sobre
formação de cartel e suspeitas de pagamento de suborno a políticos do
PSDB e funcionários do Metrô e da CPTM.
O
teor completo de suas declarações é mantido em sigilo pelas autoridades,
mas parte do depoimento foi transcrita na decisão da Justiça Federal
que encaminhou o caso para o Supremo Tribunal Federal, em dezembro.
Garcia,
Aníbal e outros políticos mencionados por Rheinheimer são deputados
federais licenciados e, por isso, só podem ser investigados com
autorização do Supremo.
O
ex-executivo da Siemens afirmou à polícia que Garcia era um 'ponto de
contato' político para as empresas do cartel e que conversou 'algumas
vezes' com ele sobre o pagamento de 'comissões'. Ele disse que recebeu
indicação para negociar também com José Aníbal. Rheinheimer declarou que
'nunca' foi recebido pessoalmente por Aníbal, mas tratava com uma
pessoa que o 'assessorava informalmente em relação ao pagamento de
propinas'. (Da Folha de S.Paulo - Flávio Ferreira e Daniela Lima)
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