A tamanha falta de assunto da imprensa grande é tão vergonhosa que ela deveria publicar receitas de brigadeiro. Seria mais proveitoso
Depois da falsa polêmica sobre a passagem de 15 horas de Dilma em
Lisboa na imprensa grande e de o jornal Valor Econômico ter publicado
metas fiscais do governo para 2014 apenas com fontes anônimas, ou mesmo
sobre reforma ministerial ou possíveis atos de rua contra a realização
da Copa do Mundo, a presidenta resolveu colocar os pingos nos is.
Sobre o pagamento da conta do jantar realizado pela comitiva
presidencial na capital portuguesa Dilma pôs um ponto final no assunto:
Eu posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha
conta. Eu pago a minha conta. É exigência para todos os ministros, e eu
só faço exigência que eu também exijo de mim, que quem jantar ou almoçar
comigo pague a sua conta.
Será que Aécio Neves vai parar de usar passagens pelo Senado para ir
passear no Rio de Janeiro? Sim, porque o uso institucional desses
recursos é para ele ir a Minas Gerais. Ou pelo menos deveria ser.
A tamanha falta de assunto da imprensa grande é tão vergonhosa que
ela deveria publicar receitas de brigadeiro. Seria mais proveitoso.
Sobre a "reportagem" do Valor Econômico, com fontes sem nome, cargos
ou mesmo carne e osso, Dilma também mandou na lata. "Ninguém do governo
falou quanto vai ser cortado nem qual o superávit primário. Lamento que
tenham sido anunciados números, valores e compromissos", e completou:
"Está desautorizada qualquer manchete e informação nesse sentido, tipo
'Fontes do Palácio do Planalto [dizem isso, aquilo]".
Sobre a agonia da imprensa grande em saber como será a reforma
ministerial para tentar instrumentalizar as trocas, que ocorrem em todos
os governos, principalmente quando o governante em questão disputará
uma reeleição, em Cuba Dilma "chutou" nos peitos. "Reforma ministerial
eu converso no Brasil. Fora do Brasil, eu converso sobre assuntos de
fora do Brasil, porque isso é uma questão de respeito com a população
brasileira".
E a respeito dos atos contra a Copa, Dilma derrubou as teses de que o
governo federal estuda formas de coibir os atos com repressão. A
presidenta afirmou que jamais houve tal reunião e ressaltou que seu
governo optou pelo diálogo ao propor os cinco pactos no auge das
manifestações de junho de 2013. "Tem umas coisas que eu não sei como
aparecem no jornal".
Para completar, Dilma mandou um recado, nos últimos dias, aos que
vivem de bater nela para desconstruir sua imagem: meu couro ficou duro,
eu suporto.
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