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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

As ordens desordenadas



CARLOS BRICKMANN
 As sentenças do Mensalão estão sendo executadas, como manda a lei; o julgamento foi legal e democrático, na forma da lei. Mas há certos detalhes que incomodam quem acredita que a lei não deve se prestar a excessos nem abusos.

1 - Os condenados foram recolhidos pela Polícia Federal em São Paulo e Belo Horizonte e levados a Brasília. Sabendo-se que o normal é que os presos cumpram pena perto de suas famílias, por que tirá-los de São Paulo e Minas e levá-los a Brasília, apenas para depois trazê-los de volta? É caro. Além do avião, mobilizam-se agentes que poderiam fazer outras coisas. No mínimo, desnecessário.

2 - A pressa. OK, é simbólico determinar a prisão de gente poderosa no Dia da Proclamação da República. Mas este simbolismo não está na lei. E, para que existisse, os presos foram enviados à prisão sem especificação do regime, nem a reserva de acomodações para o regime semiaberto. No mínimo, desnecessário.

3 - O show. Prisão não é espetáculo; a privação de liberdade, por mais justa, correta, legal e necessária que seja, é sempre uma tragédia. Divulgar os horários, para que televisassem o avião na pista? Há quem diga que é pedagógico mostrar que a pena está sendo cumprida. É a mesma justificativa cruel usada por Governos que promovem execuções em praça pública. No mínimo, desnecessário.

4 - José Genoíno e Roberto Jefferson submetem-se a delicados tratamentos de saúde, e isso é fato público. Tratá-los como se não tivessem problemas e esperar que seus advogados informem o fato oficialmente é, no mínimo, desnecessário.

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