FLÁVIA FOREQUE(Folha de SP)
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Com a previsão de um alto reajuste do piso nacional dos professores da
educação básica, os governadores se uniram para sugerir uma nova fórmula
de correção dos salários.
Cálculos preliminares do governo federal apontam um aumento de 19% em
2014, mais do que o dobro do que os 7,97% concedidos à categoria no
início deste ano. Hoje, nenhum docente pode receber menos do que R$
1.567.
Documento assinado pelos 27 governadores foi entregue ao Executivo, na semana retrasada, com uma nova sugestão de cálculo.
Segundo a Folha apurou, se aplicado já no ano que vem, o índice seria reduzido a 7,7%.
Há ainda uma proposta defendida pela CNTE, entidade que representa os
trabalhadores da educação básica. Nesse caso, ficaria em torno de 10%.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
MESA E CONSENSO
A movimentação deu origem a uma mesa de negociação, organizada pelo
Ministério da Educação, para tratar do tema: o objetivo é chegar a um
consenso sobre uma nova fórmula de reajuste, a ser aprovada pelo
Congresso.
Para prefeitos e governadores, o modelo atual é "imprevisível" e "insustentável".
Isso porque ele segue a variação do gasto por aluno no Fundeb (fundo
para a educação básica) --que depende do volume de impostos a ele
destinados-- e do número de alunos da rede pública do ensino
fundamental.
Neste ano, há expectativa do crescimento da arrecadação, enquanto ocorre
redução de alunos nessa etapa do ensino. Resultado: previsão de
reajuste forte em 2014.
PLANO NACIONAL
A sugestão dos governadores é reajustar o piso com base no INPC (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor, apurado pelo IBGE) do ano anterior
acrescido de 50% da variação real (descontada a inflação) do fundo.
A proposta dos trabalhadores estabelece o INPC mais 50% da variação
nominal (sem descontar a inflação) do Fundeb. O argumento é de que o
piso dos professores --pouco mais do que o dobro do salário mínimo--
ainda é muito baixo, o que contribui para o apagão dos profissionais na
sala de aula.
Além disso, no atual ritmo de reajuste, não seria possível cumprir meta
do PNE (plano que define metas para a educação em uma década), em
discussão no Congresso, que prevê equiparação do salário dos docentes
com o de profissionais de escolaridade semelhante num prazo de seis
anos.
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