Hoje ele chama a medida de “absurda”.
Serra é um mestre na arte de se superar. Em visita ao
Senado na terça, convocada por ele mesmo, desceu a lenha no programa
“Mais Médicos”, que pretende ampliar a presença de profissionais
estrangeiros no Brasil.
“É um tiro no pé. Um tiro de canhão porque é uma medida
absurda, inclusive para enfraquecer o próprio governo”, disse. “A ideia é
não fazer nada, é fazer propaganda e publicidade. A questão é fazer o
efeito de passar para a opinião pública que está preocupado com a
saúde”.
Grande estrategista político, ao menos segundo ele mesmo,
Serra deu mais um tiro de canhão no próprio pé. Em 1999, quando ministro
da Saúde, falando sobre a dificuldade de levar profissionais para o
interior do país, defendeu a vinda de médicos cubanos. De acordo com o Jornal de Brasília daquele ano, afirmou que apresentaria “uma solução jurídica que vai permitir a permanência dos médicos cubanos no Brasil”.
Num jantar na casa do então senador Ney Suassun, ele
voltaria ao tema. “Serra defendeu também a permanência de médicos
cubanos no país, que, ao contrário de colegas brasileiros, seriam menos
resistentes à idéia de trabalhar no interior do Brasil”.
Em 2000, seu ministério redigiria um decreto para
regulamentar o trabalho dos estrangeiros, especialmente de Cuba, que
atuavam na região Norte.
Na época, naturalmente, não houve um pio de jornais e revistas contra a importação de médicos.
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