Presidente Dilma Rousseff comentou, no início da
noite desta segunda-feira, as manifestações que ocorrem por cidades em
todo o país; por meio da ministra-chefe da Secretaria de Comunicação
Social da Presidência, Helena Chagas, a presidente disse que "as
manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia"; segundo
a presidente, "é próprio dos jovens se manifestarem"; manifestantes
conseguiram acesso às cúpulas do Congresso Nacional, acima da Câmara e
do Senado
247 - A presidente Dilma Rousseff se manifestou
no início da noite desta segunda-feira sobre as manifestações que
ocorrem por cidades em todo o país. Por meio da ministra-chefe da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas, a
presidente disse que "as manifestações pacíficas são legítimas e
próprias da democracia". Segundo a presidente, "é próprio dos jovens se
manifestarem".
Por volta das 19h, um grupo de manifestantes conseguiu acesso às
cúpulas do Congresso Nacional. Ou seja, em cima de onde os senadores e
deputados frequentam o parlamento. Os seguranças do Congresso ainda
tentaram expulsar os manifestantes, mas a ação é arriscada, já que o
entorno do prédio tem apenas saídas estreitas. Assim, dezenas de pessoas
permaneceram ocupando o lado externo do Congresso Nacional.
Depois de negociar com a segurança do Congresso, alguns manifestantes
começaram a deixar o lado externo do prédio pela rampa, em direção ao
gramado da Esplanada dos Ministérios.
Preocupação
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho,
disse que o governo está preocupado com os protestos que estão tomando
as ruas pelo país e quer manter diálogo com os movimentos para entender
"anseios importantes" que têm levado as pessoas a se manifestar. "O
governo está preocupado com as manifestações, está buscando entendimento
e, sobretudo, interessado em abrir o diálogo direto com as
manifestações, entendendo o novo significado delas, que são de natureza
diferente daquelas com as quais estávamos acostumados a lidar", avaliou.
Segundo Carvalho, a nova configuração dos movimentos que vão às ruas,
sem lideranças ou representantes únicos, torna mais complexas as
tentativas de diálogo. "As velhas formas de mobilização são cada vez
mais substituídas por essas novas formas, não há mais, como nos
movimentos tradicionais, uma direção centralizada ou determinada por um
comando, isso faz com que o diálogo, sobretudo em momentos de tensão,
torne-se mais difícil".
Ao citar o protesto do último sábado (15) em Brasília, que terminou
com confronto entre policiais e manifestantes, Carvalho disse que o
episódio de conflito foi um "incidente" e que a orientação do governo é
para que o espaço de livre manifestação seja garantido, sem repressão.
"A orientação da presidenta Dilma é para que continue em Brasília o
clima que nós sempre tivemos, esse clima de livre manifestação, de
evitar qualquer forma de repressão"
"Nós lamentamos esse incidente, que se deu em um momento de muita
tensão e queremos no diálogo virar essa página e continuar dialogando
com os movimentos até para entender o que significa, o que está
ocorrendo em todo o país, onde as manifestações crescem e se agigantam e
expressam anseios importantes da população e da juventude",
acrescentou.
Avanços
Carvalho disse que está acompanhando os protestos nos estados e que
já percebeu avanços na negociação entre autoridades e manifestantes
sobre a realização dos eventos. "Estou percebendo que já houve alguns
avanços, algumas mudanças de atitude na posição de alguns governos. Em
São Paulo, esperamos que a manifestação de hoje ocorra sem tumultos.
Será muito importante para a democracia que isso ocorra. Houve um
primeiro momento de susto, de impacto, mas agora acho que estão
começando, tanto movimentos quanto os estados, estamos convencidos de
que é possível que tudo isso ocorra como forma de expressão democrática e
não com conflito", ponderou.
Apesar da disposição para o diálogo, Carvalho disse que é papel do
Estado garantir direitos "das maiorias e das minorias" e que vai agir
para assegurar a ordem, sempre que possível de forma pacífica. "Nosso
papel é garantir a democracia, os direitos democráticos para as maiorias
e para as minorias. Toda vez que houver ações que eles [manifestantes]
considerem legítimas, mas que criem problemas para a maioria, é papel do
Estado tratar de resolver esses conflitos. Não vamos nos furtar ao
papel de assegurar a lei e a ordem, mas podemos e queremos fazê-lo
sempre que possível de maneira pacífica, negociada, ainda que com todas
as tensões".
Com Agência Brasil
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