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sexta-feira, 22 de março de 2013

ARTIGO DE OPINIÃO: O PAPA FRANCISCO E JESUS CRISTO




Quando os cristãos foram chamados assim pela primeira vez, foi no ano 44 d.C, em Antioquia na Síria, pois antes eram conhecidos como uma seita pelos Judeus. A Igreja, de lá para cá, passou por algumas transformações que mudaram completamente seu modo de lidar com os ensinamentos de Jesus Cristo. Suponha que você tenha contratado um artista para pintar seu retrato. Quando ele termina, você fica impressionado. A semelhança é perfeita. Você imagina seus filhos, netos e bisnetos admirando o quadro com muito orgulho.
Algumas gerações mais tarde, porém, seus descendentes acham que as entradas no cabelo não ficam bem e mandam colocar cabelo. Outros não gostam do formato do nariz e mandam alterá-los. As gerações seguintes fazem outros “aprimoramentos”. Até que, com o tempo, o retrato lembra muito pouco você. Como se sentiria, se soubesse que isso iria acontecer? Sem dúvida, ficaria indignado. Infelizmente, o caso desse retrato representa basicamente a história da igreja cristã.
O cristianismo foi descaracterizado pelas mudanças feitas por gerações. Uma das mudanças que mais descaracterizou a Igreja Cristã do primeiro século foi sem dúvida nenhuma a chamada “conversão” do Imperador Constantino. Até o fim de sua vida, Constantino adorou o Sol como seu Deus e é nesta época que os cristãos começam a chamar Jesus de "Christus Sol" como que para agradar Constantino.
 Foi também a partir dele que os cristãos deixaram de ser perseguidos e foram introduzidos muitos ensinamentos pagãos dentro da Igreja. Os mistérios gregos passaram-se para os mistérios da missa. Outras culturas pagãs também contribuíram para esse sincretismo. Do Egito, vieram as ideias da divina Trindade, do juízo final, e da imortalidade pessoal com recompensas e castigos.
 O sucessor de Constantino, o imperador Teodósio transformou a religião Cristão em religião oficial do Império Romano. Ao receber esse status de religião oficial do Império os cristãos passam de perseguidos à perseguidores.
Foi em nome de Cristo que se praticaram as piores barbáries contra outras crenças. Mas é, na Idade Média, com advento da Inquisição, que a Igreja Católica pratica seus piores crimes. Matou-se, torturou-se e queimou muita gente inocente na fogueira em nome de um homem que só pregou a tolerância e o amor. Todavia o que dizer da Igreja Católica de Hoje? Será que ela está livre desses erros? Ora, infelizmente ela não aprendeu com a história, continua a cometer erros horríveis contra seus fiéis e a humanidade. Não se podem esconder os inúmeros crimes de pedofilia cometidos por vários padres, a lavagem do dinheiro da máfia italiana feita pelo Banco do Vaticano, o enterro de um mafioso dentro da capela designada para os “santos” da Igreja. Esses foram os verdadeiros motivos da renúncia de Bento XVI. São vários os problemas que o novo Papa Francisco escolhido, na quarta-feira (14) em conclave, que teve a presença de 115 cardeais e a ausência do Cristo, terá que lidar no início do seu papado.
A escolha de um Papa tem todo tipo de interesse, econômico, político (o Vaticano é um Estado) brigas pessoais, conspirações e complôs. No conclave, discute-se o poder da Igreja, a sua crise e a grande perca de fieis, menos o ensinamento de Cristo. Por isso acreditamos que o Cristo estava presente, nos famintos da África, nos companheiros que foram mortos pela ditadura, junto às pessoas vítimas de injustiça, ao lado dos mais humildes, das mulheres violentadas, das crianças doentes, dos idosos abandonados; todavia, não se encontrava nesse conclave que escolheu o Papa Francisco. É assim que ele deve ser chamado, pois ele só será Francisco I quando outro Papa usar esse mesmo nome. Onde estava o Papa Francisco entre os anos de 1976 e 1983, quando uma terrível ditadura torturou, matou e sumiu com 30 mil pessoas na Argentina? Com a palavra sua Santidade.
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE.       

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