30 de janeiro de 2013
O Brasil cai nove posições na lista mundial de liberdade de imprensa feita pela ONG Repórteres sem Fronteira.
Estamos agora na 108.o posição entre 179 países. Na frente estão os
suspeitos de sempre – os países escandinavos. (Uma das causas do Diário é
ajudar a empurrar o Brasil na direção da Escandinávia.)
Bem, o que significa a queda?
Primeiro, e antes de tudo, a lista não é ciência exata. Alguns fatos
influenciaram o rebaixamento. O maior deles é que cinco jornalistas
foram assassinados em 2012 no exercício de seu trabalho.
Depois, pesou também a falta de pluralismo. Nas grandes corporações
de mídia, isso significa, internamente, uma censura branca, uma censura
disfarçada.
Os jornalistas das quatro grandes empresas jornalísticas brasileiras
não têm, a rigor, liberdade de expressão. Eles reproduzem, nos assuntos
vitais como política e economia, a voz das empresas.
Não está escrito em nenhum manual, mas é amplamente entendido nas
redações. Um jornalista da Folha, para ficar num caso, que for para a
Venezuela jamais escreverá uma reportagem que não seja crítica a Chávez e
ao chavismo. Chávez será caudilho, cacique etc etc.
Um repórter da Globo jamais escreverá uma reportagem que discuta a
tese de que o Brasil tem uma carga tributária exorbitante, ainda que
seja muito menor que a da Dinamarca, que deveria servir de referência.
A internet tem suprido a falta de pluralismo nas discussões
econômicas e políticas nacionais. O fim do monopólio da voz das empresas
sobre a opinião pública foi um dos grandes avanços do Brasil nos
últimos anos.
É importante ler o trabalho da RST sem cair numa armadilha
perniciosa: pensar que os jornalistas brasileiros podem criticar menos
hoje o governo que antes.
Basta ler um texto de Reinaldo Azevedo para saber que não existe qualquer limite no ataque ao governo.
Mas se Azevedo – estamos apenas especulando — escrever algo que seja
favorável ao governo (digamos que Dilma descubra a cura do câncer)
estará no limiar da demissão.
Isso se chama falta de liberdade de expressão, e ajuda a entender a medíocre posição brasileira.
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